O porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos, capitão Bill Urban, afirmou, na noite desta sexta-feira (27), em um comunicado, que o país conduziu um ataque aéreo contra um estrategista do Estado Islâmico-K em uma província do Afeganistão.
“As forças militares dos Estados Unidos realizaram uma operação de contraterrorismo além do horizonte hoje contra um estrategista do Estado Islâmico-K. O ataque aéreo não-tripulado ocorreu na província de Nangahar, no Afeganistão. As indicações iniciais são de que matamos o alvo. Não sabemos de nenhuma vítima civil”, afirmou o comandante na declaração.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou o ataque contra o grupo terrorista, disse um oficial americano à CNN.
O ataque ocorreu um dia após Biden afirmar que seu país irá “caçar” e fazer com que os autores do atentado terrorista nos arredores do aeroporto de Cabul, que matou ao menos 170 pessoas e deixou cerca de 200 feridos nesta quinta-feira (26), “paguem pelo que fizeram”.
Entre os mortos no ataque de quinta-feira estão 13 militares americanos. Um dos soldados do país morto no atentado era membro do 1º Comando das Forças Especiais, disse o comando em um comunicado no Twitter na tarde desta sexta-feira.
We are saddened to report the death of one of our soldiers as a result of the attacks at HKIA yesterday.
The family has been notified. They are continually in our thoughts and have our full care, support, and assistance during this difficult time.
Estado Islâmico-K
Horas após os ataques, o Estado Islâmico-K assumiu a responsabilidade, disse a Agência de Notícias Amaq, ligada ao Estado Islâmico, em seu canal no Telegram.
Estado Islâmico-K é um grupo autointitulado terrorista que surgiu pela primeira vez na região chamada Khorasan (entre o Afeganistão e Paquistão), em 2015, segundo o professor e mestre em relações internacionais Tanguy Baghdadi.
Em entrevista à CNN, Baghdadi conta que a facção foi inspirada no Estado Islâmico no Iraque e no Levante, conhecido pela sigla Isis, criado em 2013. Ela foi criada após morte de Osama Bin Laden, ex-líder da Al-Qaeda, em 2011.
O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, afirmou que o grupo islâmico condena veementemente os ataques ao aeroporto.
“O Emirado Islâmico do Afeganistão está prestando muita atenção à segurança e proteção de seu povo, e os círculos malignos serão estritamente interrompidos”, escreveu no Twitter.
Alerta
Também nesta sexta-feira, a embaixada dos Estados Unidos em Cabul alertou novamente os cidadãos norte-americanos em vários portões do aeroporto para “partirem imediatamente”, citando ameaças à segurança.
O alerta aconselhou os cidadãos norte-americanos “a evitar viajar para o aeroporto e evitar os portões do aeroporto”.
Após o ataque em um dos portões do Aeroporto Internacional Hamid Karzai na quinta-feira, a equipe de segurança nacional do presidente Biden disse a ele nesta sexta-feira que “outro ataque terrorista em Cabul é provável, mas que estão tomando medidas de proteção de força máxima no aeroporto de Cabul”, de acordo com a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.
Plano de evacuação
No anúncio feito na quinta-feira, Biden ressaltou que não vai mudar o plano de evacuação devido ao ataque.
“Nós continuaremos o processo de retirada. Eu disse para os comandantes que tenham projetos para lidar com o Estado Islâmico-K nas instalações que temos. Faremos nossa retirada no momento que escolhemos. Vamos resgatar nossos aliados e cidadãos. Os Estados Unidos não serão intimidados e eles não vencerão”, disse.
(Com informações de Kaitlan Collins, da CNN)