Os Estados Unidos oficialmente voltaram a aplicar sanções contra a Venezuela depois que a Suprema Corte daquele país impediu a candidatura presidencial da líder da oposição María Corina Machado.
O Departamento do Tesouro americano anunciou que vai retirar a licença concedida à mineradora estatal Compañía General de Minería de Venezuela C.A, conhecida como Minerven.
Conforme comunicado, a perda da licença passará a valer no próximo dia 13 de fevereiro.
O Departamento do Tesouro dos EUA não informou um motivo específico da decisão sobre a licença da mineradora.
Além disso, nesta terça-feira (30), o Departamento de Estado americano afirmou que o país não renovará uma licença geral para o setor de petróleo e gás da Venezuela que irá expirar em abril, a menos que haja progresso político entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, referiu-se, na segunda-feira (29), em coletiva de imprensa, à decisão do Supremo Tribunal da Venezuela de desqualificar a candidatura presidencial da líder da oposição, María Corina Machado.
“O regime de Maduro, quando assinou um acordo em outubro em Barbados, assumiu alguns compromissos sobre os partidos políticos da oposição, sobre eleições livres e justas e o que tudo isso significava. Eles têm até abril para fazer isso, então temos opções disponíveis. Não vou dar detalhes prévios de nenhum deles neste momento. Mas certamente temos opções no que diz respeito às sanções”, disse Kirby.
Os Estados Unidos tinham aliviado as sanções petrolíferas ao país exportador de petróleo em outubro, depois que o governo do presidente Nicolás Maduro assinou um acordo com a oposição sob o qual Caracas assumiu o compromisso de realizar eleições presidenciais livres e justas em 2024.
É delinquência judicial, diz María Corina sobre proibição de candidatura presidencial
A opositora María Corina Machado, candidata favorita para disputar as eleições presidenciais previstas para este ano na Venezuela contra Nicolás Maduro, disse, na segunda-feira (29), que a proibição de sua candidatura, ratificada pelo Tribunal Supremo de Justiça do país, não é uma sentença, mas sim “delinquência judicial”.
Vitoriosa das primárias opositoras, Machado foi proibida, em 2021, de ocupar cargos públicos no país por 15 anos. Apesar da decisão, ela afirmou que chegará à presidência eleitoralmente em 2024, e afirmou que Maduro e seu círculo estão dispostos ao que for para impedir que ela se candidate.
“Vamos derrotar Maduro e eles sabem”, disse, argumentando que as autoridades “emitiram decisão que não pode ser chamada de sentença, nem sequer é uma decisão arbitrária, isso se chama delinquência judicial. Foi isso o que aconteceu. É preciso chamar as coisas pelo seu nome”, disse Machado em seu primeiro ato público após a decisão do Judiciário.
Segundo Machado, “de tempos em tempos, o governo inventa tramas para perseguir inocentes”. Mas garantiu: “Nicolás Maduro não vai decidir quem é o candidato das pessoas porque as pessoas já escolheram quem é seu candidato”.
No documento que ratifica a decisão, o TSJ venezuelano afirmou que ela “foi partícipe da trama de corrupção orquestrada pelo usurpador Juan Guaidó”, em referência ao opositor que se autoproclamou presidente do país em 2019, quando liderava o Legislativo do país.
Corina disse que Maduro está violando os Acordos de Barbados, que determinavam passos para estabelecer garantias para um processo eleitoral democrático e transparente na Venezuela.
Fonte: CNN Brasil