A Justiça da Bolívia intimou Evo Morales a prestar depoimento em um caso que investiga a ligação do ex-presidente com suposto tráfico humano, além de estupro de menor. A decisão foi anunciada na segunda-feira (7) pelo procurador-geral do país, Juan Lanchipa.
O caso veio à tona na última quarta-feira (2), após uma promotora que cuidava do caso ter sido destituída do cargo ao pedir a prisão de Morales no âmbito da investigação.
Segundo trechos do pedido de prisão contra o ex-presidente da Bolívia, o suposto estupro de vulnerável teria acontecido em 2016. A vítima seria uma menina de 15 anos, com quem Morales teve uma filha enquanto governava o país. O documento ainda afirma que os pais da menor de idade teriam dado consentimento a relação, em troca de benefícios.
“(A adolescente) deu à luz a outra menina e o pai reconhecido na certidão de nascimento é o senhor Evo Morales Ayma. Existe um processo aberto que está sob investigação”, afirmou o ministro da Justiça da Bolívia, César Siles, na última semana.
A ofensiva judicial contra o líder cocaleiro surge em um momento de instabilidade política na Bolívia, envolvendo Evo Morales e o atual presidente boliviano, Luis Arce.
Disputa interna
Antes aliados, a recente tensão na relação entre Morales e Arce acontece após disputas internas no partido Movimento ao Socialismo (MAS).
O atual presidente da Bolívia, que chegou a ser ministro de Morales, foi expulso da sigla em 2023 após não participar de um congresso que confirmou o nome do líder indígena como candidato nas primárias presidenciais para o pleito de 2025.
Morales, no entanto, foi inabilitado de concorrer à Presidência no próximo ano pela Justiça da Bolívia.
Enquanto isso, Arce diz que Morales quer concorrer a um novo mandato presidencial “por bem ou por mal”, e por isso planeja um golpe de Estado na Bolívia para impor sua candidatura.
Fonte: Metrópoles