ARACAJU/SE, 29 de outubro de 2024 , 22:35:57

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Ex-reféns e familiares entram com ação no Tribunal de Haia contra Hamas e ‘omissão’ da ONU

 

O Fórum de Famílias de Reféns, juntamente com o Centro Raoul Wallenberg para os Direitos Humanos, vai entrar, nesta quarta-feira (14), com uma ação contra o Hamas no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, em nome de todas as vítimas dos ataques a Israel, em 7 de outubro. Entre elas estão os reféns libertados, as famílias dos reféns, dos feridos e dos cerca de 1,2 mil mortos, além dos que ainda estão mantidos sob o controle do grupo terrorista.

“Não queremos mais ficar esperando declarações das entidades internacionais, como a ONU e a Unicef”, disse a Oeste Rafael Azamor, representante para o Brasil do Fórum das Famílias dos Sequestrados e Desaparecidos. “Vamos agir. A partir do momento em que entrarmos com o processo no tribunal, aguardaremos, pois, as declarações dessas entidades para entender por que têm atuado desta maneira desigual”.

O fato de o Hamas ser um grupo terrorista não torna a ação uma redundância, segundo ele. Isto porque o governo israelense vê as autoridades de entidades internacionais sendo omissas em defender com veemência o retorno dos reféns e condenar as brutalidades do grupo. Elas também, de acordo com suas palavras, serão cobradas.

“A ação é contra o Hamas, mesmo uma vez que para as agências internacionais o Hamas é oficialmente o governo da Faixa de Gaza”. Um avião com cerca de 100 representantes de famílias de reféns, além de sobreviventes do cativeiro do Hamas, pousará na Holanda. Inicialmente eles irão participar de uma coletiva. Também acompanham a delegação advogados criminalistas e especialistas em direitos humanos. Depois todas as documentações serão encaminhadas ao tribunal.

Haverá, na entrevista e depois como testemunha no processo, o depoimento da sobrevivente do cativeiro do Hamas, Raz Ben Ami, cujo marido, Ohad, permanece sequestrado em Gaza. Também serão feitas declarações de outros sobreviventes do cativeiro do Hamas e da equipe jurídica.

A iniciativa, de acordo com a assessoria do Fórum, é crucial para os procedimentos legais. Será sublinhada, segundo a entidade, a gravidade das acusações contra a liderança do Hamas que promoveu assassinatos, estupros e saques, entre outras atrocidades.

“Os objetivos a curto prazo desta ação incluem a emissão de mandados de prisão para os líderes implicados do Hamas”, diz o comunicado. “As acusações detalhadas na denúncia abrangem tomada de reféns, desaparecimento forçado, crimes de violência sexual, tortura e alegações mais graves”.

Proibição de entrada de enviada da ONU

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, e o ministro do Interior do país, Moshe Arbel, decidiram, na segunda-feira (12), declarar como antissemita a cidadã italiana Francesca Albanese, que é Enviada Especial aos Territórios Palestinos em nome do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Ela passou a ser proibida de entrar no Estado de Israel por ter dito que “as vítimas do massacre de 7 de outubro não foram assassinadas por serem judias, mas em resposta à opressão israelita”.

Para os dois ministros, a própria manutenção de Francesca em cargo tão relevante demonstra dita omissão da ONU, que deve ser cobrada por isso, segundo eles.

“A era do silêncio dos judeus acabou”, afirmaram em nota. “Se a ONU quiser voltar a ser um órgão relevante, os seus líderes devem repudiar publicamente as palavras antissemitas da ‘enviada especial’ e demiti-la”.

Fonte: Revista Oeste

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