ARACAJU/SE, 11 de dezembro de 2025 , 16:45:44

Filha de María Corina Machado, líder opositora venezuelana, recebe Nobel da Paz em nome da mãe, na Noruega

 

Ana Corina Sosa, filha da líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, falou sobre a luta do país pela democracia ao aceitar o Prêmio Nobel da Paz deste ano na Noruega, em nome da mãe, que não pôde comparecer pessoalmente à cerimônia.

A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, que vive escondida, era esperada na cerimônia de entrega do prêmio, que acontece nesta quarta-feira (10) em Oslo, capital norueguesa, desafiando uma proibição de viagem imposta a ela há dez anos.

Declarações feitas nesta quarta-feira informaram que ela estaria a caminho de Oslo, apesar de não comparecer à cerimônia.

Em uma gravação de áudio divulgada pelo Instituto Nobel da Noruega antes do início da cerimônia, Machado disse: “Estarei em Oslo, estou a caminho de Oslo neste momento”.

Anteriormente, seus representantes disseram: “Confirmamos que ela não comparecerá à cerimônia do Nobel, mas estamos otimistas quanto à sua participação nos demais eventos do dia”.

Os organizadores disseram que ela “fez tudo ao seu alcance para comparecer à cerimônia de hoje”, mas que “sua jornada envolveu extremo perigo”.

O comunicado acrescentou: “Embora ela não possa comparecer à cerimônia ou aos eventos de hoje, estamos profundamente aliviados em confirmar que ela está segura e se juntará a nós em Oslo.”

Machado recebeu a homenagem por sua “incansável defesa dos direitos democráticos na Venezuela e “por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, afirmou o Comitê Norueguês do Nobel.

María Corina defende democracia e liberdade em discurso lido pela filha

A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, disse em um discurso lido pela filha, nesta quarta-feira (10), que as democracias “precisam estar preparadas para lutar pela liberdade para sobreviver”.

Ela não pôde comparecer à cerimônia de premiação.

A líder da oposição venezuelana afirmou que o prêmio tem um significado profundo, não apenas para seu país, mas para o mundo.

“Ele lembra ao mundo que a democracia é essencial para a paz”, afirmou ela por meio da filha, Ana Corina Sosa Machado.

“E, acima de tudo, o que nós, venezuelanos, podemos oferecer ao mundo é a lição forjada nesta longa e difícil jornada: que para termos uma democracia, precisamos estar dispostos a lutar pela liberdade”, acrescentou.

Um grande retrato de Machado sorrindo foi pendurado na Prefeitura de Oslo, na capital da Noruega, para representá-la.

A plateia aplaudiu e ovacionou quando o presidente do Comitê Nobel Norueguês, Joergen Watne Frydnes, anunciou em seu discurso que María iria a Oslo.

Evocando os ganhadores anteriores Nelson Mandela e Lech Walesa, ele afirmou que é esperado que os lutadores pela democracia “persigam seus objetivos com uma pureza moral que seus oponentes jamais demonstram”.

“Isso é irrealista. É injusto”, falou ele.

“Nenhuma democracia funciona em circunstâncias ideais. Líderes ativistas precisam confrontar e resolver dilemas que nós, meros espectadores, podemos ignorar. Pessoas que vivem sob a ditadura muitas vezes precisam escolher entre o difícil e o impossível”.

A engenheira de 58 anos deveria receber o prêmio em Oslo, na presença do rei Harald, desafiando uma proibição de viagem de uma década imposta pelas autoridades de seu país natal e após passar mais de um ano escondida.

Mas ela não conseguiu chegar à capital norueguesa a tempo para a cerimônia.

“Estarei em Oslo, estou a caminho de Oslo agora mesmo”, falou María a Frydnes, em uma gravação de áudio divulgada pelo Instituto Nobel da Noruega.

Não ficou claro de onde ela estava ligando.

“Não sabemos exatamente quando ela pousará, mas em algum momento da noite”, declarou o diretor do instituto, Kristian Berg Harpviken, à agência de notícias Reuters.

Fontes: CNN Brasil e Reuters

 

 

 

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