Hunter Biden, filho mais velho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi acusado criminalmente na última quinta-feira (14). O primogênito do democrata é acusado de mentir sobre o uso de drogas quando comprou uma arma de fogo em outubro de 2018, período em que reconheceu lutar contra o vício em crack, de acordo com a acusação apresentada no tribunal federal de Delaware.
O filho do presidente Joe Biden também está sob investigação por seus negócios. O advogado especial que supervisiona o caso indicou que acusações de não pagamento de impostos em dia poderiam ser apresentadas em Washington ou na Califórnia, onde ele mora.
O caso é separado em três partes: duas puníveis com até 10 anos de prisão e outra punível com até 5 anos, mediante condenação. As acusações relacionadas com a posse de armas por consumidores de drogas são raras, especialmente quando não estão relacionadas com outros crimes. De todas as pessoas condenadas por posse ilegal de armas em 2021, cerca de 5% foram acusadas devido ao uso de drogas, de acordo com dados da Comissão de Penas dos EUA.
A acusação, primeira contra o filho de um presidente em exercício, acontece em num momento em que os republicanos do Congresso prosseguem para abrir um inquérito de impeachment contra Biden, embora não existam provas concretas de irregularidades por parte do presidente.
Uma acusação de porte de arma contra Hunter Biden, 53 anos, já havia feito parte de um acordo judicial que também incluía confissões de culpa por acusações fiscais de contravenção, mas o acordo implodiu durante uma audiência em julho, quando um juiz levantou questões sobre suas disposições incomuns.
Os republicanos também denunciaram o acordo de confissão de culpa como um “acordo privilegiado”, já que teria permitido que Hunter Biden cumprisse liberdade condicional em vez de pena de prisão. Membros do partido, incluindo o ex-presidente Donald Trump, também alegam que o primogênito de Biden, durante anos de conduta criminosa, se envolveu de forma ilegal com pessoas ligadas ao governo chinês e empresas na Ucrânia. O acordo judicial que foi desfeito, no entanto, sugere que os promotores não encontraram evidências para apresentar acusações relacionadas a negociações com entidades estrangeiras ou outras irregularidades.
O inquérito federal contra Hunter Biden começou em 2018, sob o governo Trump, como uma investigação ampla de suas relações comerciais internacionais, com ênfase em possíveis ameaças à segurança nacional. A ideia era enquadrá-lo em uma possível violação da Lei de Registro de Agentes Estrangeiros, como agente ou lobista de um governo estrangeiro. Sem provas, contudo, o caso foi reduzido a um exame de seus impostos pessoais e à compra de uma pistola.
O filho do presidente reconheceu que foi procurado por parceiros de negócios por causa de seu sobrenome, e que ele ganhou milhões com empreendimentos estrangeiros, mas negou quaisquer irregularidades. Em uma autobiografia, descreveu como usou os lucros para financiar seu vício em drogas, especialmente cocaína.
Em julho, a Casa Branca disse não haver possibilidade de o presidente emitir um perdão para seu filho, caso condenado.
Fonte: VEJA