ARACAJU/SE, 2 de abril de 2025 , 1:34:03

Governo dos EUA proíbe entrada de Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, no país por envolvimento em corrupção

 

O secretário de Estado de Donald Trump, Marco Rubio, anunciou, nesta sexta-feira (21), que a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, está proibida de entrar nos Estados Unidos. O motivo alegado é “envolvimento em corrupção significativa durante seu período em cargo público”.

A decisão também afeta o ex-ministro do Planejamento argentino, Julio Miguel De Vido, e, segundo a imprensa argentina, os filhos de Cristina, Máximo e Florencia Kirchner.

“CFK e De Vido abusaram de suas posições ao orquestrar e se beneficiar financeiramente de múltiplos esquemas de suborno envolvendo contratos de obras públicas, resultando em milhões de dólares roubados do governo argentino. Vários tribunais condenaram CFK e De Vido por corrupção, minando a confiança do povo argentino e dos investidores no futuro da Argentina”, diz nota, publicada no site da Embaixada dos EUA em Buenos Aires.

“Os Estados Unidos continuarão a promover a responsabilização daqueles que abusam do poder público para ganho pessoal. Essas designações reafirmam nosso compromisso de combater a corrupção global, inclusive nos níveis mais altos do governo”, afirma o texto.

Cristina Kirchner responde por corrupção, juntamente com De Vido, em pelo menos um processo, no qual ela já foi condenada em duas instâncias — ela recorreu à Suprema Corte.

O atual presidente da Argentina, Javier Milei, é adversário político de Kirchner e próximo ao governo Trump. Em novembro de 2024, Milei foi o primeiro líder estrangeiro a se encontrar com Trump após sua vitória nas eleições presidenciais.

Cristina Kirchner foi presidente da Argentina de 2007 a 2015, após suceder o marido, Néstor Kirchner (1950-2010). Após a morte de Néstor, Cristina se tornou a principal figura do peronismo na atualidade, a ala política trabalhista argentina.

Cristina não conseguiu fazer seu sucessor ao deixar a Casa Rosada, deixando a faixa para Mauricio Macri. Ela retornou ao poder, contudo, como vice de Alberto Fernández, que governou de 2019 a 2023. Kirchner e Fernández romperam politicamente no meio do mandato.

Julio Miguel de Vido foi ministro do Planejamento e de Investimento Público desde a gestão Néstor, de 2003 a 2015.

Condenação

Cristina Kirchner foi condenada a seis anos de prisão em 2022 por favorecer o empresário Lázaro Báez, um empreiteiro da região de Santa Cruz (a província onde os Kirchner começaram sua vida política) que conseguiu 51 contratos para obras públicas.

A sentença foi mantida por um tribunal de apelações em 2024, mas ela recorreu à Suprema Corte.

Ela foi inocentada da acusação de associação ilícita.

A ex-presidente foi acusada de chefiar uma associação criminosa e de administração fraudulenta durante o período em que Néstor Kirchner foi presidente (de 2003 a 2007) e durante as gestões da própria Cristina (de 2007 a 2015).

De acordo com a acusação, essa organização cometeu fraudes que tiraram US$ 1 bilhão do Estado.

Além da ex-presidente, foram julgadas outras 12 pessoas. Entre elas estão Lázaro Báez, empresário; Julio de Vido, ex-ministro; José López, ex-secretário; Nelson Pieriotti, ex chefe do Departamento de Obras.

Os procuradores argumentaram que havia o seguinte esquema criminoso: o empresário Lázaro Báez tinha uma empreiteira que, na verdade, se dedicava a tirar dinheiro do Estado argentino. Essa empresa conseguia contratos para fazer obras públicas – foram 51 obras para as quais ela foi contratada. Várias delas tiveram estouros de orçamento e algumas não foram concluídas.

Fonte: G1

 

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