ARACAJU/SE, 6 de junho de 2025 , 16:31:53

Guerra já matou ou feriu quase um milhão de soldados russos, revela estudo

 

Cerca de um milhão de soldados russos foram mortos ou feridos na invasão em larga escala da Ucrânia, mostrou um novo levantamento do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), um think tank em Washington, DC.

A pesquisa mostra uma medida sombria do custo humano do ataque de três anos do presidente russo, Vladimir Putin, contra seu vizinho.

A Rússia atingirá provavelmente a marca de um milhão de baixas até setembro, afirmou o estudo, publicado na terça-feira (3).

O documento indicou que este “impressionante” marco é um “sinal do flagrante desprezo de Putin por seus soldados”.

Das estimadas 950 mil baixas russas até agora, até 250 mil são mortes, segundo o estudo.

“Nenhuma guerra soviética ou russa desde a Segunda Guerra Mundial chegou perto da Ucrânia em termos de taxa de mortalidade”, afirmou o documento.

A Ucrânia sofreu cerca de 400 mil baixas, com mortes entre 60 e 100 mil.

Rússia perde mil soldados por dia

Embora Kiev não divulgue suas próprias perdas em combate em detalhes e acredita-se que Moscou subestime drasticamente as próprias baixas, os números do CSIS estão alinhados com as avaliações dos serviços de inteligência britânico e americano.

Em março, o Ministério da Defesa britânico estimou que a Rússia sofreu cerca de 900 mil baixas desde 2022.

Há meses, avalia-se que Moscou está perdendo cerca de mil soldados por dia, entre mortos e feridos. Com base nessa tendência, espera-se que a Rússia ultrapasse o limite de um milhão nas próximas semanas.

Baixo desempenho russo no campo de batalha

Refutando alegações de alguns legisladores ocidentais, de que a Rússia tem “todas as cartas” na guerra na Ucrânia, o estudo usou os números de baixas russas – assim como estimativas de perdas de equipamentos e ganhos territoriais — como evidência de que o exército de Moscou “tem apresentado um desempenho relativamente fraco no campo de batalha” e falhou em alcançar seus principais objetivos de guerra.

Depois que a Ucrânia repeliu o ataque inicial de “blitzkrieg” (guerra relâmpago em tradução literal), em 2022, o conflito se tornou uma guerra de atrito.

Enquanto Kiev se organizou com trincheiras e minas, Moscou canalizou cada vez mais tropas para o que ficou conhecido como ataques “moedor de carne”, lançando soldados em campanhas por ganhos territoriais somente marginais, segundo o estudo.

Na região nordeste de Kharkiv, as forças russas avançaram uma média de apenas 50 metros por dia, segundo o estudo.

Isso é mais lento que o avanço britânico e francês na Batalha do Somme durante a guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial.

O lento ritmo de avanço significou que apenas 1% do território ucraniano foi conquistado desde janeiro de 2024, o que os autores chamaram de quantidade “insignificante”.

A Rússia agora ocupa cerca de 20% do território da Ucrânia, incluindo a península da Crimeia que Moscou anexou em 2014.

Mas os ganhos territoriais decrescentes da Rússia não levaram a uma mudança de estratégia.

Busca por mais soldados

Para sustentar a impressionante taxa de baixas russas, o Kremlin recrutou condenados de suas prisões e recebeu mais de 10 mil tropas de sua aliada, Coreia do Norte, mas deixou os filhos das elites de Moscou e São Petersburgo praticamente intocados.

Em vez disso, o recrutamento tem acontecido nos extremos norte e leste do país, onde homens têm sido atraídos por pacotes de pagamento que são transformadores de vida entre as comunidades mais pobres dessas regiões.

“Putin provavelmente considera esses tipos de soldados mais descartáveis e menos propensos a minar sua base de apoio doméstico”, observou o levantamento.

Enquanto a Ucrânia, uma democracia com uma população menor que um quarto de seu inimigo, enfrentou alguma resistência em suas tentativas de mobilizar mais tropas, a Rússia, onde as críticas à guerra foram proibidas, não enfrentou nenhuma dissidência significativa.

Mas, com a guerra agora bem em seu quarto ano, os autores alertaram que o “custo em sangue” da campanha prolongada era uma potencial vulnerabilidade para Putin.

Embora a Rússia tenha tido a “iniciativa” no conflito desde o início de 2024, os autores afirmam que a natureza de atrito da guerra deixou “poucas oportunidades para avanços decisivos.”

Em vez disso, a principal esperança da Rússia para vencer “é que os Estados Unidos cortem a ajuda à Ucrânia” — como o presidente Donald Trump fez brevemente no início deste ano — e “abandonem o conflito” — como funcionários de sua administração ameaçaram fazer.

Fonte: CNN

 

 

 

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