Bombeiros no centro do Chile lutaram, nesta terça-feira (6), para reprimir violentos incêndios florestais que já mataram 123 pessoas e arrasaram bairros inteiros, enquanto o presidente Gabriel Boric alerta que o país enfrenta uma “tragédia de grande magnitude”.
Centenas de pessoas ainda estão desaparecidas, dizem as autoridades, alimentando temores de que o número de mortos continue aumentando à medida que mais corpos são encontrados nas encostas e casas devastadas pelos incêndios florestais.
Os incêndios que ganharam força a partir de sexta-feira (2) agora ameaçam os limites de Viña del Mar e Valparaíso, duas cidades costeiras populares entre os turistas.
A expansão urbana dessas cidades é responsável por mais de um milhão de residentes a oeste da capital, Santiago.
Imagens de drones filmadas pela Reuters na área de Viña del Mar mostraram bairros inteiros queimados, com moradores vasculhando restos de casas queimadas onde telhados de ferro corrugado desabaram. Nas ruas, carros chamuscados cobriam as estradas.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram incêndios em encostas perto de prédios de apartamentos na área de Valparaíso, espalhando fumaça no ar.
Uma neblina espessa cobriu outras zonas urbanas, prejudicando a visibilidade.
As autoridades chilenas introduziram um toque de recolher às 21h nas áreas mais atingidas e enviaram militares para ajudar os bombeiros a conter a propagação dos incêndios, enquanto helicópteros despejavam água para tentar apagar as chamas do ar.
O Serviço Médico Legal do Chile disse que 123 pessoas morreram nos incêndios até a noite de segunda-feira (5).
“É o Chile como um todo que sofre e lamenta os nossos mortos”, disse Boric num discurso televisionado à nação. “Estamos enfrentando uma tragédia de grande magnitude”.
O vice-ministro do Interior, Manuel Monsalve, disse, no domingo (4), que 165 incêndios assolavam o Chile e estimou que cerca de 14 mil casas foram danificadas apenas nas áreas de Viña del Mar e Quilpué.
Aqueles que retornaram às suas casas devastadas encontraram-nas quase irreconhecíveis, e muitos perderam todos os bens que possuíam.
Embora os incêndios florestais não sejam incomuns durante o verão do Hemisfério Sul, a letalidade destas chamas se destaca, tornando-as o pior desastre nacional do país desde o terremoto de 2010, no qual morreram cerca de 500 pessoas.
No ano passado, após uma onda de calor recorde, cerca de 27 pessoas morreram e mais de 400 mil hectares de terra foram afetados.
Boric procurou canalizar fundos para as áreas mais atingidas, muitas das quais são populares entre os turistas.
Fonte: CNN Brasil