A “The Economist”, uma influente revista de economia do Reino Unido, publicou nesta semana uma reportagem em que chama Belém de “cidade esburacada” e diz que a COP30, a ser realizada na capital do Pará em novembro deste ano, será um “caos”.
“Belém é uma cidade esburacada na Amazônia brasileira, quente, pontilhada de esgoto a céu aberto e com escassez de leitos de hotel. Cerca de 40% de suas casas não têm rede de esgoto. E em novembro sediará a COP30, a cúpula do clima da ONU deste ano, que certamente será caótica”, afirma a reportagem da “The Economist”, publicada na última quarta-feira (9).
A revista criticou a capacidade de Belém para receber os 50 mil visitantes da COP30 – a “The Economist” afirma que a rede hoteleira na cidade pode atender 23 mil visitantes, sendo 5 mil deles em cruzeiros ancorados em um porto próximo.
“Escolas públicas e quartéis militares estão sendo equipados com ar-condicionado e beliches para se tornarem ‘albergues’. Os motéis também serão uma opção”, relata a revista.
A “The Economist” acrescenta que as autoridades no Pará fizeram parceria com o Airbnb para ampliar a quantidade de vagas disponíveis para os visitantes.
“Muitos moradores querem apenas ganhar um dinheiro rápido: no Airbnb, um quarto de má qualidade é anunciado por quase US$ 10.000 (quase R$ 60 mil) por dia durante as semanas da cúpula”, afirma a revista.
Para a “The Economist”, a Amazônia representa “as escolhas difíceis a serem feitas entre crescimento econômico e proteção ambiental.” A revista relata, sem dar detalhes, que “um trecho de 13 km de floresta intocada foi derrubado para dar lugar a uma rodovia que aliviaria o trânsito” e que “alguns projetos de infraestrutura exigiram a dragagem e o preenchimento de rios e canais de esgoto com concreto”.
Fonte: Valor Econômico
