As Forças de Defesa de Israel (FDI) divulgaram ontem (17) um vídeo e fotos do maior túnel já descoberto usado pelo grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. As imagens mostram uma engenharia sofisticada, com eletricidade, ventilação, esgoto, comunicação e trilhos ao longo de mais de 4 km.
Segundo o Exército, um dos acessos da passagem está a apenas 400 m do posto fronteiriço de Erez, fechado desde o início da guerra, mas por onde passavam milhares de cidadãos de Gaza diariamente, seja para trabalhar em Israel, seja para receber atendimento médico.
A inteligência israelense disse que o projeto de construção do túnel foi liderado por Muhammad Sinwar, irmão do líder da organização terrorista em Gaza, Yahya Sinwar.
“Hamas investiu persistentemente e deliberadamente enormes quantias de dinheiro e recursos em túneis terroristas que servem apenas a um propósito — atacar o Estado de Israel e seus residentes. Essa rede estratégica de túneis de ataque, grande o suficiente para permitir a passagem de veículos, foi liderada por Muhammad Sinwar e cavada intencionalmente perto de um cruzamento dedicado ao movimento de gazenses para Israel para trabalho e cuidados médicos”, afirmou o tenente-coronel Richard Hecht, porta-voz internacional das FDI.
A rede de túneis do território palestino foi estratégica para os terroristas durante muitos anos. Além de permitirem o deslocamento interno sem o risco de ser alvo de um bombardeio, as vias subterrâneas foram usadas para esconder armas e lançar foguetes.
Muitos acessos a esses túneis estão próximos a locais usados pela população civil, como escolas e hospitais. A imprensa americana noticiou na semana passada que Israel havia iniciado a inundação de algumas passagens usando água do Mar Vermelho, a fim de inutilizá-los definitivamente.
Estratégia parecida foi adotada pelo Egito, já que o Hamas usava túneis transfronteiriços para contrabandear produtos, inclusive armas, e também para a saída de cidadãos.
Israel tomará controle da segurança em Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país assumirá o “controle de segurança” da Faixa de Gaza quando a guerra terminar e o grupo terrorista Hamas for eliminado, e rejeitou a entrega desse papel à Autoridade Nacional Palestina (ANP), como sugeriram os Estados Unidos, seu principal aliado.
“Entre amigos, devemos dizer a verdade e não criar ilusões, especialmente em uma questão existencial como essa. Repito aos nossos amigos: após a eliminação do Hamas, a Faixa de Gaza será desmilitarizada, estará sob o controle de segurança de Israel e não haverá nenhum fator que nos ameace nem que eduque seus filhos para nos destruir”, declarou, no sábado (16), Netanyahu em uma mensagem aos EUA sobre o possível papel da ANP no futuro do enclave.
A gestão do presidente Joe Biden, dos EUA, insistiu com o governo de Netanyahu para que pensasse em quem governará a Faixa de Gaza quando a guerra terminar, e rejeitou a retomada da política de assentamentos de colonos do enclave por Israel, que foi desmantelada em 2005.
O assessor de Segurança Nacional americano, Jake Sullivan, visitou Israel e a Cisjordânia na semana passada e disse que a ANP deve ser fortalecida para assumir a tarefa de governar a Faixa de Gaza, onde o Hamas tomou o poder em 2007 e expulsou a entidade, controlada pelo partido secular Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.
O premiê insistiu que não se trata de um debate sobre se o Hamas ou o Fatah devem governar, já que “ambos buscam a eliminação do Estado de Israel”, e criticou a ANP por não condenar o massacre efetuado pelo grupo islâmico em solo israelense no dia 7 de outubro.
Fonte: R7