Israel travou novas batalhas com o Hamas no norte de Gaza no domingo (12) após ordenar que dezenas de milhares de pessoas fugissem de Rafah, numa expansão da ação militar que trava na cidade, apesar das críticas da comunidade internacional.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram no sábado nas redes sociais que os palestinos deveriam deixar três distritos próximos ao centro de Rafah e dois campos de refugiados na cidade. Instruiu-os a mudarem-se para o que Israel descreveu como uma “área humanitária” na costa.
“Nossas operações contra o Hamas em Rafah permanecem limitadas e focadas em avanços táticos, evitando áreas densamente povoadas”, disse Daniel Hagari, porta-voz principal das FDI.
A ONU estima que cerca de 300 mil pessoas fugiram de Rafah desde que Israel enviou tropas terrestres para o extremo leste da cidade, em 6 de maio, e tomou a passagem da fronteira com o Egito. A cidade já abrigou mais de um milhão de palestinos deslocados desde o início do conflito, em outubro do ano passado. “Não há nenhum lugar seguro para ir”, disse a UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos em Gaza, no X.
Segundo o Financial Times, a ofensiva das FDI em Rafah complicou os esforços diplomáticos para mediar um acordo para garantir a libertação dos reféns detidos pelo Hamas em Gaza, ao mesmo tempo que prejudicou as relações de Israel com o governo de Joe Biden. Além disso, as conversas por um cessar-fogo também recuaram depois da negativa de Israel em aceitar um acordo costurado por Egito e Qatar – e que teve a aprovação do Hamas.
O presidente dos EUA disse a Israel que Washington não fornecerá certas armas se prosseguir com um ataque em grande escala a Rafah
Os EUA já interromperam a entrega de algumas armas a Israel, incluindo 3.500 bombas, devido a preocupações sobre como poderiam ser usadas na cidade. Isto marca a primeira vez que os EUA impõem quaisquer condições ao fornecimento de armas a Israel desde que a guerra em Gaza eclodiu.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse no domingo que os EUA não poderiam apoiar uma grande operação militar em Rafah “na ausência de um plano sério para proteger os civis”. E completou: “Não vimos esse plano”, disse ele à CBS News.
Fonte: Exame