O Japão vive o declínio populacional mais acentuado de sua história recente. Dados oficiais divulgados pelo governo apontam que, apenas em 2024, o país perdeu cerca de 908 mil habitantes, enquanto o número de nascimentos atingiu o menor patamar já registrado: pouco mais de 686 mil. O saldo natural, diferença entre nascimentos e mortes, permanece negativo pelo 15º ano consecutivo.
A população total japonesa é estimada em aproximadamente 122 milhões de pessoas, e a tendência de queda se intensifica. No primeiro semestre de 2025, houve 339 mil nascimentos e 836 mil mortes, segundo o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar. O resultado é uma perda natural de quase meio milhão de pessoas em apenas seis meses.
O momento é resultado de uma combinação de fatores que incluem a baixa taxa de fecundidade, o envelhecimento acelerado e as dificuldades econômicas enfrentadas pelas famílias. A taxa de fertilidade média, que indica o número de filhos por mulher, caiu para 1,14, muito abaixo do nível de reposição populacional estimado em 2,1. Paralelamente, cerca de 30% da população japonesa já tem 65 anos ou mais, o maior índice entre as economias desenvolvidas.
As consequências já são sentidas em diversos setores. A escassez de mão de obra afeta principalmente as áreas de saúde, transporte e construção civil. O governo japonês tenta reverter o quadro por meio de incentivos à natalidade e abertura controlada à imigração, mas os resultados têm sido limitados.
A National Institute of Population and Social Security Research projeta que, se a tendência continuar, o país poderá ter menos de 100 milhões de habitantes em 2050 e cerca de 86 milhões em 2060. Analistas comentam que o declínio populacional ameaçará também o sistema previdenciário, pressiona as finanças públicas e reduz o potencial de crescimento econômico.
Fonte: Conexão Política




