ARACAJU/SE, 25 de novembro de 2024 , 7:26:28

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Macron se opõe a acordo entre Mercosul e União Europeia

 

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou ser contrário ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, que qualificou como ‘antiquado’.

“Se não posso explicá-lo a nenhum europeu, não vou defendê-lo internacionalmente”, afirmou em entrevista coletiva na COP28 do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece em Dubai até o dia 12.

Macron incorporou em seu discurso os argumentos dos produtores agrícolas franceses, com forte representação de congressistas de oposição no país.

“Não posso pedir aos nossos agricultores, aos nossos industriais na França, e em toda a Europa, que façam esforços para descarbonizar, para sair de certos produtos, e depois dizer que estou removendo todas as tarifas para trazer produtos que não aplicam essas regras”, disse o presidente francês, em referência à disparidade de normas de proteção ambiental, mais rígidas na França e na União Europeia do que no Brasil.

A fala à imprensa aconteceu logo após uma reunião bilateral com Lula, que foi elogiado por Macron. “Ele é visionário, corajoso e há muita sinergia entre as nossas estratégias”, disse o presidente francês.

Em entrevista a jornalistas nos corredores da COP28, Lula reagiu à fala de Macron dizendo achar normal a posição da França, pelo fato de ela ter um histórico mais protecionista, mas que a União Europeia não pensa o mesmo.

Membros do alto escalão do governo Lula já dão como certo que a negociação com a União Europeia terminará sem acordo, já que o Brasil não cederá às novas condicionantes ambientais e é improvável que os europeus consigam articular posições de todos os países do bloco em uma semana.

Lula se recusou a renegociar as condicionantes ambientais da Europa. A Folha apurou que, a caminho de Dubai, o presidente brasileiro afirmou a Celso Amorim, principal conselheiro do presidente para assuntos internacionais, que não faria concessões. O presidente ainda teria dito que, se os europeus não aceitassem o acordo até o próximo dia 7 (data da cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro), teriam que esperar a eleição de outro governo no Brasil.

Na quinta-feira (30), o Ministério das Relações Exteriores informara que houve avanço significativo no processo de negociação para o acordo entre a UE e o Mercosul, embora não fosse possível afirmar se esse processo seria concluído até a cúpula do bloco sul-americano.

Neste domingo (3), Lula deixa Dubai com destino a Berlim, onde será recebido pelo primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, e voltará a discutir o acordo comercial, em sua última semana na presidência do Mercosul.

Fonte: Folha de São Paulo

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