Mais de 20 países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão projetados para alocar pelo menos 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a área de Defesa neste ano de 2024.
Esta informação foi confirmada nessa segunda-feira (17) pelo secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, em uma declaração que ressalta o aumento significativo dos gastos militares destes países desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.
Stoltenberg, que fez o anúncio durante uma apresentação no think tank Wilson Center em Washington, nos EUA, destacou que, há cinco anos, menos de dez membros da aliança atendiam a essa meta de gastos. A tendência de aumento nos gastos militares dos membros da OTAN foi desencadeada pela invasão da Rússia na Crimeia e ganhou ainda mais ímpeto após a invasão total da Ucrânia em 2022.
O secretário-geral enfatizou que o compromisso dos países-membros com o aumento dos gastos é benéfico tanto para a Europa quanto para os Estados Unidos, especialmente porque uma grande parte desse investimento adicional é direcionada para empresas norte-americanas.
Segundo a Reuters, nos últimos dois anos, mais de dois terços das aquisições de defesa da Europa, que somam mais de US$ 140 bilhões, foram de empresas dos EUA.
“Eu posso revelar agora que neste ano mais de 20 aliados gastarão pelo menos 2% do PIB em Defesa”, disse Stoltenberg.
A OTAN, que agora conta com 32 membros, viu apenas três deles – Estados Unidos, Grécia e Reino Unido – cumprirem a meta de 2% do PIB em defesa em 2014, quando a meta foi estabelecida.
A iniciativa de aumentar os gastos em Defesa tornou-se um assunto altamente controverso nos últimos anos, especialmente sob a presidência de Donald Trump, que acusou os europeus de gastarem pouco em sua própria segurança e de dependerem excessivamente dos EUA para proteção.
Junto ao aumento dos gastos em defesa, a OTAN está discutindo também a possibilidade de colocar mais armas nucleares em prontidão, retirando-as de armazenamentos, como uma medida de dissuasão diante das crescentes ameaças da Rússia e da China.
Jens Stoltenberg revelou tal fato durante uma entrevista concedida ao jornal britânico The Telegraph.
“Não entrarei em detalhes operacionais sobre quantas ogivas nucleares devem estar em operação e quais devem ser armazenadas, mas precisamos fazer consultas sobre essas questões. É exatamente isso que estamos fazendo”, disse Stoltenberg ao jornal.
Fontes: Gazeta do Povo e Reuters