O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou veementemente uma contraproposta apresentada pelo grupo Hamas para uma trégua em várias fases, depois de um encontro com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que viajou à região na esperança de garantir um acordo de cessar-fogo.
Na madrugada desta quarta-feira (7), por meio de mediadores do Catar e do Egito, o Hamas respondeu a um plano israelense com novos termos para alcançar um fim permanente da guerra. A proposta incluiria também a troca dos reféns israelenses capturados em 7 de outubro por 1.500 prisioneiros palestinos, garantias para a reconstrução de Gaza, um plano para a retirada completa das forças israelenses do enclave e a troca de corpos e restos mortais, de acordo com um rascunho do documento visto pela agência de notícias Reuters. O plano previa três fases de trégua, de 45 dias cada.
“Estamos a caminho de uma vitória absoluta”, disse Netanyahu.”Não há outra solução”, descartando qualquer acordo que deixe o Hamas com o controle total ou parcial de Gaza.
A proposta do Hamas, divulgada nesta quarta-feira, era uma resposta ao plano apresentado por Israel há duas semanas, depois de ser negociado com mediadores do Catar, Egito e Estados Unidos em Paris, para um cessar-fogo de seis semanas e a libertação, em fases, dos estimados 130 reféns ainda detidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinos sob encarcerados em território israelense.
Antes mesmo da fala de Netanyahu, a mídia local, citando fontes anônimas, afirmou que as exigências eram extensas demais e receberiam um “não inicial”. Um membro do alto escalão do governo disse ao Canal 12, maior emissora do país, que os termos do Hamas significam que os militantes “se recusam em negociar”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também criticou o plano do grupo.
“Houve uma resposta do Hamas, mas parece ser um pouco exagerada. Há negociações contínuas neste momento”, disse ele.
Impasses
Um grande ponto de discordância nas negociações é quantos e quais palestinos serão libertados em troca dos reféns israelenses.
No cessar-fogo de novembro, o único desde o início da guerra, que durou uma semana, 110 reféns foram libertados por 240 prisioneiros palestinos, na sua maioria mulheres e crianças detidas por delitos pequenos, ou que sequer foram acusados. O Hamas quer que uma nova lista inclua, agora, militantes que cumprem penas de prisão perpétua.
Fonte: VEJA