ARACAJU/SE, 17 de junho de 2025 , 16:04:27

Netanyahu sugere que morte do líder supremo do Irã acabaria conflito

 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sugeriu, nessa segunda-feira (16), que assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, “acabaria com o conflito” entre os países. A declaração de Netanyahu ocorre após relatos de que o presidente norte-americano Donald Trump teria vetado um plano israelense para matar Khamenei.

“Isso não vai escalar o conflito, vai acabar com o conflito”, disse Netanyahu em entrevista à rede americana ABC News. “A ‘guerra eterna’ é o que o Irã quer, e eles estão nos levando à beira de uma guerra nuclear. Na verdade, o que Israel está fazendo é impedir isso, pôr fim a essa agressão, e só podemos fazer isso enfrentando as forças do mal”.

Fontes americanas ouvidas no domingo (15) pela agência de notícias Reuters afirmaram que Trump teria vetado uma proposta israelense para matar Khamenei. De acordo com as duas fontes consultadas, uma das quais ocuparia um cargo sênior no governo americano, Israel teria informado Washington que tinha uma oportunidade concreta de matar Khamenei, mas o governo americano teria impedido a operação.

Elas não confirmaram se foi o próprio Trump quem deu a ordem final, mas afirmaram que ele tem se comunicado com frequência com Netanyahu — o republicano afirmou, ainda na sexta-feira (13), que teve conhecimento prévio sobre o ataque israelense —, mas que não cogitariam a morte da liderança política iraniana neste momento, considerando que nenhum americano foi morto nas ações até aqui.

Autoridades iranianas têm apontado o peso dos EUA sob o governo Trump nos ataques israelenses. Os líderes políticos e militares disseram na sexta-feira que os ataques não seriam possíveis sem a aquiescência de Washington. Em sentido oposto, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, afirmou, nessa segunda-feira, que o governo americano poderia interromper os ataques israelenses com “um telefonema”.

“Basta um telefonema de Washington para silenciar alguém como Netanyahu. Isso abriria caminho para o retorno da diplomacia”, afirmou Araqchi na rede social X. “Se o presidente Trump leva a diplomacia a sério e está interessado em interromper esta guerra, os próximos passos são importantes. Israel deve pôr fim a esta agressão e, na ausência de uma cessação completa da agressão militar contra nós, nossa resposta continuará”.

Teerã lança ataques de drones e mísseis contra Tel Aviv após ordem de retirada

O Irã lançou sua nona onda de ataques, desta vez com drones e mísseis, contra Israel, nas cidades de Tel Aviv e Haifa, nessa segunda-feira (16), segundo a mídia iraniana. As Forças Armadas de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que alguns drones que se aproximavam de Israel foram interceptados, o que provocou sirenes nas Colinas de Golã. Nessa segunda-feira, tanto Israel quanto o Irã emitiram ordens de retirada para suas capitais.

No entanto, alguns ataques iranianos foram bem-sucedidos. Após o impacto de um míssil, todas as refinarias de petróleo de Israel foram fechadas, segundo a petroquímica Bazan. A empresa disse que interrompeu sua produção por conta dos bombardeios, que danificaram as instalações e mataram três funcionários.

Já em solo iraniano, o Exército israelense atacou o prédio da televisão estatal em Teerã, que teve que interromper temporariamente sua transmissão. No momento do ataque, câmeras capturaram uma apresentadora estatal, que criticava a ofensiva de Israel, abandonando rapidamente o set em meio à poeira e aos fragmentos do teto que se soltavam, segundo vídeos divulgados pela imprensa iraniana.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o ataque aos estúdios de televisão tinha como objetivo “interromper o poder de propaganda do regime”. Além disso, o premier sugeriu que assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, “acabaria com o conflito” entre os países. A declaração de Netanyahu ocorre após relatos de que o presidente americano, Donald Trump, teria vetado um plano israelense para matar Khamenei.

Nessa segunda-feira, Israel pediu aos moradores de Teerã que se afastem de toda a infraestrutura militar. Com isso, muitos residentes de Teerã estão fugindo da capital, que é alvo de bombardeios israelenses, e um engarrafamento gigantesco se formou na rodovia principal que segue para o norte.

Os ataques israelenses já deixaram mais de 300 mortos e, pelo menos, mil feridos no Irã, segundo um balanço oficial de domingo (15). A onda de mísseis iranianos lançados em resposta a Israel causaram 24 mortes desde sexta-feira (13), segundo o gabinete de Netanyahu.

Israel diz ter controle total do espaço aéreo de Teerã e afirma ter destruído 1/3 dos lançadores de míssil iranianos

As Forças Armadas de Israel afirmaram que conquistaram “total superioridade aérea” em Teerã, nessa segunda-feira (16), quando o conflito com o Irã chega ao quarto dia com registro de novos ataques e mais mortos nos dois países. Em bombardeios classificados pelo Irã como os mais pesados desde o início do conflito direto entre os países, ao menos oito mortes no Estado judeu entre a noite de domingo e a madrugada dessa segunda, elevando o número total de vítimas para 22 além de 592 feridos. Fontes de saúde iranianas confirmam 224 mortos e 1.277 pessoas hospitalizadas no país desde o começo dos ataques israelenses.

“A Força Aérea israelense controla os céus de Teerã”, afirmou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu em visita a uma base aérea nesta segunda. “Estamos a caminho de alcançar nossos dois principais objetivos: eliminar a ameaça nuclear e eliminar a ameaça dos mísseis. Estamos dizendo aos cidadãos de Teerã: ‘Evacuem’, e estamos tomando medidas”.

Em um comunicado, o porta-voz israelense Effie Defrin já havia afirmando que “mais de 120 lançadores de mísseis — constituindo um terço do total de lançadores do regime iraniano — foram destruídos”, acrescentando que mísseis e lançadores de mísseis terra-terra estavam prontos para serem lançados em direção ao Estado de Israel.

Uma fonte militar israelense ouvida em anonimato pela agência de notícias francesa AFP chegou a afirmar que os ataques contra bases de lançamento de foguete no Irã já tinham diminuído pela metade o número de mísseis disparados contra Israel. Ainda assim, os ataques continuam a provocar impacto.

Mísseis iranianos atingiram, entre a noite de domingo e a madrugada dessa segunda, posições no área central e costeira de Israel, incluindo edifícios residenciais, a rede central de energia e as proximidades de uma refinaria de petróleo em Haifa. A agência de notícias iraniana Tasnim classificou a última ação como a mais forte lançada contra Israel desde o início da ofensiva e citou indícios do uso do míssil Fattah — um míssil balístico hipersônico com capacidade de desviar de sistemas de defesa antiaérea.

Fontes: AFP e O GLOBO

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