David Card, Joshua Angrist e Guido Imbens levaram o Nobel de Economia 2021. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira, 11, pela Real Academia de Ciências da Suécia. Eles analisam novas perspectivas sobre o mercado de trabalho, fazendo conexões com situações da vida real.
O canadense David Card (Universidade da Califórnia), que ganhou metade do prêmio, analisou os efeitos do salário mínimo, da imigração e da educação no mercado de trabalho.
As pesquisas de Card se iniciaram na década de 1990 e mostraram que o aumento do salário mínimo não necessariamente diminui a oferta de empregos; que a renda de pessoas nascidas em outros países pode melhorar com a imigração, enquanto pessoas que imigraram mais novas correm o risco de serem afetadas negativamente. Além disso, descobriu-se que os recursos nas escolas são muito mais importantes para o sucesso profissional dos alunos do que se imaginava.
Já os americanos Joshua Angrist (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e Guido Imbens (Universidade de Stanford), que juntos receberam a outra metade do título, mostraram quais conclusões sobre causa e efeito podem ser tiradas de experimentos naturais. A estrutura desenvolvida por eles tem sido amplamente adotada por pesquisadores que trabalham com dados observacionais.
Prêmio Nobel
Criado pelo químico sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite, o Prêmio Nobel laureia desde 1901 os profissionais que realizaram descobertas ou contribuições relevantes para a humanidade em 6 áreas-chave: medicina, química, física, literatura, paz e economia.
Os vencedores são escolhidos por um corpo de jurados associado à instituição do Nobel, a maior parte deles suecos. Além do reconhecimento público e da medalha de ouro com o rosto de Alfred Nobel esculpido, os premiados também ganham uma quantia em dinheiro. Em 2021, o montante é de 10 milhões de coroas suecas, cerca de 6,2 milhões de reais, para cada categoria.
Quem pode ser indicado ao Nobel
Qualquer pessoa está elegível para um prêmio Nobel, indivíduos ou organizações. Há um grupo de pessoas que faz as indicações, como acadêmicos, ex-vencedores do prêmio, parlamentares, entre outros.
A organização não divulga oficialmente o nome de quem está concorrendo, mas alguns nomes são divulgados pelas próprias pessoas que fizeram a indicação. A escolha é feita, depois, por um comitê menor, de cinco pessoas, que fica em Oslo, na Noruega, e atua em total sigilo até o dia do prêmio.
Nomes como o presidente americano, Donald Trump, ou o brasileiro, Jair Bolsonaro, chegaram a ser indicados por alguns membros para o Nobel da Paz de 2020. Até mesmo o atacante brasileiro Roberto Firmino foi indicado no ano passado. Mas a indicação não garante o prêmio ou sequer garante que o nome indicado será um dos cotados.
Fonte: Exame