ARACAJU/SE, 26 de novembro de 2024 , 5:41:26

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Ocidente e China condenam invasão da Ucrânia pela Rússia, isolada na ONU

 

Países do Ocidente e a China condenaram a invasão da Ucrânia pela Rússia em discursos realizados nesta segunda-feira (28) durante uma reunião emergencial da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), convocada pelo Conselho de Segurança da entidade no domingo (27).

Entre os países-membros, o embaixador da Ucrânia junto à ONU, Sergiy Kyslytsya, foi o primeiro escalado a falar. Ele condenou as ações do governo de Vladimir Putin e, durante sua fala, afirmou que as próprias Nações Unidas estão sob ameaça, caso a Ucrânia não resista ao enfrentamento militar.

“Se a Ucrânia não sobreviver, a paz tampouco sobreviverá. Se a Ucrânia não sobreviver, a ONU não sobreviverá. Não se iludam: se a Ucrânia não sobreviver, não será uma surpresa se a democracia ruir em seguida”, declarou o embaixador ucraniano. “A única parte culpada aqui é a Federação Russa”.

Em seu discurso, o embaixador da China na ONU, Zhang Jun, defendeu a integridade dos territórios.

“Todos os países devem ter sua integridade territorial e soberania respeitadas. E os princípios da Carta da ONU devem ser respeitados, mantendo a paz”, afirmou Jun.

Ronaldo Costa Filho, embaixador do Brasil na ONU, falou na reunião emergencial, e afirmou que “ainda há tempo de parar a guerra. Este é um momento decisivo para a ONU e para o mundo”.

O embaixador declarou estar preocupado com a sucessão de eventos que levarão a um conflito mais amplo, caso os ataques da Rússia sobre a Ucrânia não parem. “Todos sofrerão, não só os envolvidos na guerra, como os que pedem uma diminuição da agressão”.

Em seu discurso, o embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, sugeriu que o começo dos conflitos entre seu país e a Ucrânia estaria no não cumprimento de acordos previamente estabelecidos.

“A raiz das ações atuais está há muitos anos na sabotagem e na desobediência das obrigações”, afirmou. Nebenzya complementou considerando que “recentemente, houve em Kiev um acordo para reconsiderar e para que eles cumprissem aquilo que eles assinaram em 2015”.

O embaixador se refere ao Acordo de Minsk, em que Rússia e Ucrânia se comprometeram com um cessar-fogo e com planos de reintegração das províncias separatistas do leste ucraniano. Segundo ele, o não cumprimento do tratado seria um dos motivos da invasão russa –que já entra no quinto dia de confrontos.

O embaixador francês na ONU, Nicolas de Riviere, disse que “ninguém pode desviar o olhar. A abstenção não é uma opção”.

Já o secretário-geral da organização, António Guterres, disse esperar que as negociações “produzam não apenas uma interrupção imediata dos combates, mas também um caminho para uma solução diplomática”.

Guterres descreveu a decisão do presidente russo, Vladimir Putin, no domingo, de colocar as forças nucleares da Rússia em alerta máximo como um “desenvolvimento assustador”, dizendo à Assembleia Geral que o conflito nuclear é “inconcebível”.

Prefeito de Kiev

Vitali Klitschko, prefeito da capital da Ucrânia, Kiev, disse a Anderson Cooper, da CNN, que está orgulhoso dos cidadãos ucranianos por defenderem seu país e vê a batalha pela frente como uma luta por seu futuro.

Klitschko disse que Kiev está sob um ataque “ininterrupto” das tropas russas e do que ele chamou de “grupos de agressão russos”.

“Nós ouvimos explosões a cada hora durante a noite passada, durante toda a noite passada, nos últimos quatro dias. As pessoas estão muito nervosas, passam muito tempo em bunkers”, disse.

“Vemos nosso futuro como um país europeu democrático e moderno. É isso. Sem discussão. É nosso objetivo. Estamos lutando por isso. Estamos lutando por nosso país. Estamos lutando por nosso sonho”, finalizou.

Civis mortos em Kharkiv

Pelo menos nove civis foram mortos por ataques com foguetes russos nesta segunda-feira (28) na cidade ucraniana de Kharkiv, disse o prefeito Ihor Terekhov. Segundo ele, três crianças morreram.

“Os mísseis atingiram prédios residenciais, matando e ferindo civis pacíficos. Kharkiv não vê tantos danos há muito tempo. E isso é horrível”, disse ele. Terekhov disse que quatro pessoas saíram do abrigo para pegar água e foram mortas.

Uma família de dois adultos e três crianças foi queimada viva em seu carro, disse ele. Outras 37 pessoas ficaram feridas. A administração da cidade de Kharkiv deu os mesmos números.

Na manhã desta terça-feira (1°), pelo menos seis pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança, em uma explosão na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, disse o Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia em um post do Telegram.

A explosão atingiu um prédio do governo, de acordo com vídeos do incidente postados pelo Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia (MOFA) e funcionários do governo ucraniano. Os clipes foram publicados também na terça-feira, no horário local, e foram verificados pela CNN.

Ataques em Mariupol

O prefeito de Mariupol, na Ucrânia, disse na manhã desta terça-feira que a cidade portuária do Sul estava sob bombardeios constantes que mataram civis e danificaram a infraestrutura, enquanto a Rússia iniciava o sexto dia de sua invasão, de acordo com a agência de notícias Reuters.

“Tivemos bairros residenciais bombardeados por cinco dias. Eles estão nos atacando com artilharia, estão nos bombardeando com GRADS, estão nos atingindo com forças aéreas”, disse Vadym Boichenko em uma transmissão ao vivo pela TV ucraniana.

EUA anunciam novas medidas financeiras contra a Rússia

O Departamento de Tesouro dos Estados Unidos, por meio do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), proibiu, nesta segunda-feira, que cidadãos norte-americanos se envolvam em transações com o Banco Central, o Fundo Nacional de Riqueza e o Ministério das Finanças da Rússia.

Ainda foram impostas sanções e bloqueios ao Fundo de Investimento Direto da Rússia e ao seu CEO Kirill Dmitriev. Segundo os norte-americanos, Dmitriev tem a confiança do presidente Vladimir Putin para arrecadar fundos no exterior para o país.

“Tomamos as ações de hoje para prejudicar a capacidade da Rússia de usar suas reservas internacionais de forma a prejudicar o impacto de nossas sanções, bem como para impedir que a Rússia acesse seu fundo de riqueza para uso em sua guerra em andamento contra a Ucrânia”, afirmou Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA.

Fonte: CNN Brasil

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