O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, nesta segunda-feira (25), uma resolução que determina o cessar-fogo “imediato” na Faixa de Gaza durante o Ramadã, período sagrado para os muçulmanos que começou em 10 de março e termina em 9 de abril.
A proposta foi apresentada pelos atuais dez integrantes não permanentes do conselho (Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça). Recebeu 14 votos a favor, nenhum contrário e uma abstenção dos EUA.
O texto determina um cessar-fogo humanitário imediato que leve a uma interrupção “permanente e sustentável” do conflito. Também pede a libertação “imediata e incondicional de todos os reféns” mantidos pelo Hamas e a “garantia de acesso” à ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
A resolução foi analisada em uma reunião de emergência, marcada depois que a Rússia e a China vetaram uma proposta de cessar-fogo dos EUA na sexta-feira (22).
No início da sessão desta segunda-feira, os integrantes do conselho se levantaram e fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do ataque a tiros que matou centenas de pessoas em uma casa de shows na Rússia.
Em suas declarações depois do resultado, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, prestou condolências aos familiares dos mortos na Rússia, chamando o episódio de “ataque terrorista” em Moscou. Sobre a resolução, a diplomata agradeceu aos integrantes do conselho por aceitarem algumas das sugestões norte-americanas para o texto.
“Ainda assim, algumas edições importantes foram ignoradas – inclusive nossa solicitação para acrescentar uma condenação ao Hamas. Não concordamos com tudo na resolução. Por esse motivo, infelizmente, não pudemos votar a favor”, disse.
Thomas-Greenfield ponderou, no entanto, que os EUA apoiam “totalmente” alguns dos pontos apresentadas no documento. “Acreditamos que foi importante que o conselho se manifestasse e deixasse claro que qualquer cessar-fogo deve vir acompanhado da libertação de todos os reféns”, afirmou.
Os temos usados no texto foi um dos pontos de discordância entre os integrantes do Conselho de Segurança da ONU. Antes da votação, a Rússia propôs uma alteração para aparecer a palavra “permanente” no documento em referência ao cessar-fogo.
O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, disse que a substituição do termo por “uma linguagem mais fraca” era “inaceitável” porque poderia ser vista como uma “permissão para Israel continuar os seus ataques”. A proposta, no entanto, foi rejeitada em votação.
Israel rejeita proposta
O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, disse que o país não pretende aderir à proposta de cessar-fogo aprovada nesta segunda-feira (25) pelo Conselho de Segurança da ONU.
“Destruiremos o Hamas e continuaremos a lutar até que o último dos raptados regresse a casa”, declarou em seu perfil no X (antigo Twitter).
Fonte: Poder360