Um relatório da missão de investigação da ACNUDH (Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas), divulgado nessa terça-feira (17), critica a Venezuela por intensificar “drasticamente” a repressão estatal depois da autoproclamada reeleição do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), em julho.
O relatório revela que, depois da vitória contestada, o governo venezuelano “mergulhou a nação em uma das crises de direitos humanos mais aguda da história recente”. A repressão resultou na morte de 25 manifestantes e na prisão de ao menos 2.400 pessoas.
Marta Valinas, presidente da missão, destacou que o governo vê críticas, oposição ou dissidência como ameaças, o que levou a uma “escalada da máquina repressiva”. Valinas também avalia que as violações e crimes documentados, incluindo a perseguição política, não são atos isolados, mas sim “parte de um plano contínuo e coordenado para silenciar, desencorajar e reprimir a oposição ao governo”.
A maioria das mortes foi por ferimentos de bala. Além disso, o relatório aponta que muitos detidos, incluindo mais de 100 crianças, enfrentaram acusações de terrorismo e incitação ao ódio.
Nas eleições de 28 de julho, que mantiveram Maduro no poder, a oposição liderada por Edmundo González (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita) alegou fraude eleitoral. Em 8 de setembro, González pediu asilo político na Espanha por causa da repressão.
Em resposta, em 21 de agosto, os Estados Unidos também impuseram novas sanções contra 60 autoridades judiciais e eleitorais venezuelanas.
O governo venezuelano atribuiu a violência durante as manifestações à oposição, rotulando os manifestantes de “extremistas” e “fascistas”.
Fonte: Poder360