ARACAJU/SE, 19 de setembro de 2024 , 12:30:39

ONU denuncia intensificação da repressão por parte da ditadura da Venezuela contra opositores

 

Um relatório da missão de investigação da ACNUDH (Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas), divulgado nessa terça-feira (17), critica a Venezuela por intensificar “drasticamente” a repressão estatal depois da autoproclamada reeleição do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), em julho.

O relatório revela que, depois da vitória contestada, o governo venezuelano “mergulhou a nação em uma das crises de direitos humanos mais aguda da história recente”. A repressão resultou na morte de 25 manifestantes e na prisão de ao menos 2.400 pessoas.

Marta Valinas, presidente da missão, destacou que o governo vê críticas, oposição ou dissidência como ameaças, o que levou a uma “escalada da máquina repressiva”. Valinas também avalia que as violações e crimes documentados, incluindo a perseguição política, não são atos isolados, mas sim “parte de um plano contínuo e coordenado para silenciar, desencorajar e reprimir a oposição ao governo”.

A maioria das mortes foi por ferimentos de bala. Além disso, o relatório aponta que muitos detidos, incluindo mais de 100 crianças, enfrentaram acusações de terrorismo e incitação ao ódio.

Nas eleições de 28 de julho, que mantiveram Maduro no poder, a oposição liderada por Edmundo González (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita) alegou fraude eleitoral. Em 8 de setembro, González pediu asilo político na Espanha por causa da repressão.

Em resposta, em 21 de agosto, os Estados Unidos também impuseram novas sanções contra 60 autoridades judiciais e eleitorais venezuelanas.

O governo venezuelano atribuiu a violência durante as manifestações à oposição, rotulando os manifestantes de “extremistas” e “fascistas”.

Fonte: Poder360

 

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