Depois do pior ataque terrorista da história da capital francesa, Paris amanhece marcada pelo pesadelo da noite desta sexta-feira (13), no qual ataques coordenados em diversos pontos da cidade mataram, de acordo com números oficiais, 127 pessoas.
O presidente francês, François Hollande, manifestou consternação pelos ataques em um pronunciamento na manhã deste sábado (14). "É um ato de guerra que foi cometido pelo Estado Islâmico (EI) contra os valores que defendemos", afirmou.
"O fechamento das fronteiras foi decidido para que as pessoas que cometeram esse crime possam ser detidas. Sabemos de onde veio esse ataque", afirmou Hollande. "Temos que mostrar compaixão e solidariedade, mas temos também que mostrar união. A luta será sem piedade".
Agências de notícias internacionais estimam um número ainda maior, não confirmado pelas autoridades francesas. A cidade conta com um esquema de segurança sem precedentes para localizar os responsáveis pelo massacre.
A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que "este ataque à liberdade não é voltado apenas a Paris, mas direcionado a todos nós" e ofereceu apoio à França.
Foram realizados seis ataques simultâneos na cidade: a tomada de reféns na casa de shows Bataclan, três explosões próximas ao Stade de France, onde acontecia um jogo de futebol das seleções francesa e alemã, e tiroteios em diversos bares e cafés no centro.
Pelo menos dois terroristas conseguiram fugir, de acordo com fontes policiais. Oito foram capturados e mortos e outros sete morreram ao causar as explosões nas imediações do estádio de futebol.
O ministério do Interior abriu uma página especial onde recebe informações da população a respeito dos responsáveis pelo ataque.
Mesmo com o reforçado esquema de segurança, serviços de transporte aéreo e ferroviário já estão em funcionamento. Permanecem fechadas as universidades, escolas, repartições públicas, centros de lazer e diversão noturna.
A última vez que foi declarado o estado de emergência em todo o território francês foi durante a Guerra da Argélia, que aconteceu entre 1954 e 1962.
Líderes de países como Irã, Egito e Paquistão condenaram, nas últimas horas, os ataques, que a presidente Dilma Rousseff classificou como "barbárie". Aliados tradicionais, como Estados Unidos e Reino Unido, também já manifestaram repúdio aos acontecimentos da noite de ontem.