O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assegurou, nesta segunda-feira (15), os votos necessários para ser o candidato republicano à presidência em novembro, depois de a delegação da Flórida confirmar sua indicação. A formalização se deu durante a Convenção Nacional do partido, realizada em Milwaukee (Wisconsin), dois dias depois de ele ter sido vítima de uma tentativa de assassinato.
Trump deve aceitar a nomeação presidencial com um discurso no último dia da convenção, na quinta-feira (18). O ex-presidente também anunciou, nesta segunda-feira (15), o senador James David Vance, 39 anos, como seu vice para a chapa nas eleições presidenciais.
“Depois de longas deliberações e reflexões, e considerando os imensos talentos de muitos outros, decidi que a pessoa mais adequada para assumir o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos é o senador J.D. Vance, do grande Estado de Ohio”, declarou Trump em sua rede social, Truth Social.
“J.D. teve uma carreira empresarial muito bem-sucedida em tecnologia e finanças, e, agora, durante a campanha, estará fortemente focado nas pessoas por quem lutou tão brilhantemente”, disse o ex-presidente. Vance tem 39 anos e é formado em direito pela Universidade de Direito de Yale.
Trump afirmou que Vance continuará a “lutar pela nossa Constituição, apoiará nossas tropas e fará tudo o que puder para me ajudar a fazer a América grande novamente”.
Conheça o senador James David Vance, vice de Trump
Com a escolha de Vance, de 39 anos, Trump busca diminuir a diferença geracional na chapa e atrair um eleitorado mais jovem. A estratégia é especialmente relevante diante das críticas ao provável candidato democrata, Joe Biden, de 81 anos, sobre sua capacidade de cumprir um segundo mandato na Casa Branca, caso seja reeleito.
J.D. Vance entrou para o Senado norte-americano em 2023. Inicialmente um crítico de Trump, passou a apoiar as políticas e narrativas do ex-presidente, incluindo as controversas alegações de fraude eleitoral nas eleições de 2020. Essa mudança assegurou o apoio de Trump em sua campanha ao Senado.
Antes de ingressar na política, Vance ganhou notoriedade como autor do livro autobiográfico “Hillbilly Elegy”, publicado em 2016, o mesmo ano da eleição de Trump. A obra foi transformada em filme pela Netflix, sob o título “Era uma vez um sonho”, lançado em 2020, com Amy Adams e Glenn Close no elenco.
Tanto o livro quanto o filme narram a história pessoal do senador: nascido em Middletown, Ohio, Vance passou parte da infância em Jackson, Kentucky, sendo criado pelos avós maternos enquanto sua mãe enfrentava o vício em drogas. As obras retratam de forma sombria a classe trabalhadora norte-americana, descrevendo situações de pobreza nessas comunidades.
Durante a campanha de 2016, Vance criticou fortemente Trump, chamando-o de “heroína cultural” e acusando-o de “levar a classe trabalhadora branca a um lugar muito sombrio”. Autodenominava-se “um cara contra Trump”.
No entanto, ao decidir concorrer ao Senado em 2022, reposicionou-se como um defensor fervoroso do republicano. Ele se desculpou por suas críticas anteriores, adotou as posturas rígidas de Trump sobre imigração e outras questões, e recebeu o endosso do ex-presidente.
Fonte: Poder360