O primeiro cruzeiro a realizar a rota entre Estados Unidos e Cuba em mais de meio século zarpou no domingo (1º) de Miami e deverá chegar a Havana nesta segunda (2) pela manhã.
Além da capital cubana, a embarcação deverá visitar as cidades de Cienfuegos e Santiago de Cuba. Mais de 700 passageiros estão a bordo do navio da empresa Carnival, a primeira a conseguir a licença para operar a rota, que será feita duas vezes por mês. A viagem tornou-se possível após o regime de Raúl Castro permitir que cidadãos cubanos saiam e entrem no país por meio de embarcações comerciais.
Ao jornal "Sun Sentinel", o passageiro cubano-americano Rick Schneider, 73, disse que esperou por 60 anos a oportunidade de fazer o trajeto, que estava suspenso desde 1959, quando ocorreu a Revolução Cubana.
"Sempre quisemos ir para Cuba, e antes de o McDonald's chegar por lá", disse antes de embarcar Joe Dillard, aposentado, que fez a viagem com sua mulher, Doral. O casal expressou uma preocupação recorrente entre outros turistas americanos: que a ilha poderá em breve perder sua "autenticidade" conforme as relações com os EUA melhorarem.
Alguns dos passageiros, segundo o "Sun Sentinel", também levavam "presentes" para dar aos cubanos que conhecerem na ilha, como sabonetes, xampus, canetas e brinquedos para crianças.
Cuba aceitou liberar as viagens marítimas como parte do processo de normalização das relações com os Estados Unidos iniciado em dezembro de 2014 e que alcançou seu máximo ponto com a histórica visita do presidente americano, Barack Obama, a Havana, em março. Segundo o governo de Havana, a proibição havia sido instituída contra exilados cubanos que faziam ataques à ilha pelo mar logo após a Revolução.