ARACAJU/SE, 22 de novembro de 2024 , 22:37:27

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Polaris Dawn: turistas fazem primeira caminhada espacial de missão privada

 

Dois tripulantes do programa Polaris Dawn, da SpaceX, caminharam no espaço na manhã desta quinta-feira (12). A missão é considerada histórica porque é a primeira vez que uma empresa privada leva civis para andar no espaço.

Jared Isaacman, bilionário que financiou a viagem, foi o primeiro passageiro a ter a experiência de sair da nave Crew Dragon para flutuar, às 7h52 (horário de Brasília). Em seguida, às 8h05, foi a vez de Sarah Gillis, que é engenheira de operações espaciais da SpaceX.

Após passarem alguns minutos fora da nave, por volta das 8h19, ambos já estavam de volta na cabine. Durante a experiência, eles sobrevoaram uma área que fica situada na altura entre a Austrália e a Antártida, a uma distância de 700 km da Terra, segundo a empresa.

“Em casa temos muito trabalho para fazer, mas daqui a Terra parece um mundo perfeito”, disse Isaacman após sair da nave.

Viagem ao espaço de 5 dias

Os quatro passageiros estão no espaço desde terça-feira (10), quando foram lançados da Kennedy Space Center, base da Nasa na Flórida (EUA). A decolagem do foguete Falcon 9 com a Crew Dragon ocorreu depois de dois adiamentos, no fim de agosto, por causa de previsões meteorológicas desfavoráveis.

A viagem foi programada para durar cinco dias e eles devem retornar à Terra no próximo sábado (14).

A caminhada estava programada para ocorrer a partir das 3h23 desta quinta, mas, ainda na madrugada, sem revelar o motivo, a SpaceX mudou o horário de início da preparação para 5h55.

Trajes espaciais

Antes da saída, a Crew Dragon foi despressurizada e exposta ao vácuo do espaço. A experiência espacial também exigiu trajes específicos, que foram desenvolvidos pela SpaceX para esta missão.

Os dois turistas espaciais saíram amarrados por um equipamento de oxigênio, enquanto os demais permaneceram na cabine.

Eles usavam uma roupa especial para atividade extraveicular (EVA, na sigla em inglês). Ela foi fabricada com materiais dos foguetes da SpaceX e conta com um visor e uma câmera de última geração no capacete.

Pensando em missões futuras, a SpaceX aproveitou para testar a resistência e a proteção da roupa durante a caminhada dos civis.

“Construir uma base na Lua e uma cidade em Marte exigirá milhares de roupas espaciais; o desenvolvimento deste traje será um passo importante em direção a um design escalável para trajes espaciais em outras missões de longa duração”, disse a companhia.

No passado, somente astronautas altamente treinados e financiados pelo governo fizeram caminhadas espaciais. Foram realizadas cerca de 270 na Estação Espacial Internacional (ISS) desde a sua criação em 2000 e 16 por astronautas chineses na estação espacial Tiangong de Pequim, segundo a agência Reuters.

Antes dessa experiência, a equipe da Polaris Dawn já havia feito história. Nesta quarta (11), eles alcançaram 1.400 km de distância da superfície da Terra, a mais alta já atingida por humanos desde o programa Apollo, encerrado em 1972.

Para se ter uma ideia, a Estação Espacial Internacional (ISS) fica a 420 km da Terra.

Quem está na nave?

  • Jared Isaacman (comandante), presidente-executivo do serviço de pagamentos americano Shift4. Em 2021, ele bancou e participou da missão Inspiration4, também da SpaceX, em que tripulantes civis ficaram na órbita da Terra durante três dias, sem a presença de astronautas profissionais.
  • Scott Poteet (piloto), tenente-coronel aposentado da Força Aérea americana.
  • Sarah Gillis (especialista de missão), engenheira de operações espaciais da SpaceX, responsável pelo programa de treinamento da empresa para astronautas.
  • Anna Menon (especialista de missão e médica), engenheira de operações espaciais da SpaceX e responsável por gerenciamento de missões.
  • Isaacman tem uma fortuna de quase US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões). Ele é o único da tripulação com experiência em voos espaciais – em 2021, ele financiou a Inspiration4, primeira missão espacial totalmente civil a orbitar a Terra.

O empresário também está financiando o programa Polaris e, apesar de ele ter se recusado a dizer quanto gastou, estima-se que o valor tenha chegado a US$ 100 milhões (R$ 550 milhões), segundo a Reuters.

Os passageiros se prepararam durante dois anos para a missão, período em que treinaram paraquedismo, pilotagem de aeronaves, voo em gravidade zero, entre outras técnicas.

Fonte: G1

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