O porta-voz do Exército de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou, na quarta-feira (19), que é impossível eliminar o Hamas. O país está em combate contra o grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza. Apesar da declaração, o governo reagiu e reafirmou o compromisso de destruir o movimento extremista.
A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, iniciada depois do ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro do ano passado, não conseguiu erradicar o grupo terrorista.
“Hamas é uma ideologia, não podemos eliminar uma ideologia”, disse Daniel Hagari à emissora israelense Canal 13. “Dizer que vamos fazer o Hamas desaparecer é jogar areia nos olhos das pessoas. Se não oferecermos uma alternativa, no final teremos o Hamas no poder em Gaza”.
Os comentários de Hagari foram rapidamente contestados pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O político declarou que a ofensiva em Gaza continuará até que o Hamas seja derrotado.
“O gabinete político e de segurança, liderado pelo primeiro-ministro Netanyahu, definiu como um dos objetivos da guerra a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas”, manifestou o governo, em comunicado. “As Forças de Defesa de Israel (FDI) estão, obviamente, comprometidas com isso”.
O Exército emitiu outro comunicado no qual sublinhou que Hagari falou “sobre a destruição do Hamas como ideologia e ideia”. Suas palavras foram “claras e explícitas”, sustentou. “Qualquer outra declaração seria tirar as coisas de contexto”, insistiu as FDI.
Grupo terrorista Hezbollah volta a ameaçar Israel
Na quarta-feira (19), Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, realizou ameaças contra Israel e Chipre durante uma transmissão televisiva. Declarou que, em caso de guerra, “não haverá nenhum lugar a salvo de nossos mísseis e drones.” As informações são do jornal Reuters.
Nasrallah ainda disse que o Hezbollah possui uma lista de alvos estratégicos que podem ser atingidos com precisão. “Israel sabe que o que o espera no Mediterrâneo é muito grande”, alertou. “Diante de uma batalha desta magnitude, deve esperar por nós por terra, ar e mar”.
O conflito entre Israel e Hezbollah, que já dura oito meses, ocorre paralelamente à guerra entre Israel e Hamas. Nasrallah também alertou que Chipre pode se tornar um alvo se permitir que Israel use suas bases militares e aeroportos para atacar o Líbano.
“O governo cipriota deve ser avisado de que abrir aeroportos e bases cipriotas para o inimigo israelense atingir o Líbano significa que o governo cipriota se tornou parte da guerra, e a resistência Hezbollah lidará com isso como parte da guerra”, afirmou.
Em resposta, o presidente de Chipre, Nikos Christodoulides, afirmou que o país não apoia nenhum lado do conflito, declarando: “não somos parte do problema, somos parte da solução”.
Já pelo seu perfil oficial no Twitter/X, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, comentou as falas do líder do Hezbollah. Disse que é preciso “parar o Irã” enquanto é tempo.
“Nasrallah ameaça atacar Chipre”, iniciou. “Os mísseis iranianos e o terrorismo islâmico extremista ameaçam os países europeus e todo o mundo livre. Temos de deter o Irã agora, antes que seja tarde demais”.
Fonte: Revista Oeste