Há três anos, em 13 de março de 2021, policiais prendiam a ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, que se escondia dentro de uma cama box em sua residência.
Jeanine Áñez e cinco de seus ministros viraram alvo de investigações que os acusavam de conspiração, sedição e terrorismo. Isso teria ocorrido logo depois da renúncia de Evo Morales, em novembro de 2019.
A denúncia contra a ex-presidente surgiu a partir de um bloco de deputados e ex-deputados do Movimento ao Socialismo (MAS), legenda de Evo Morales e do atual presidente do país, Luis Arce.
O Ministério Público boliviano ordenou a prisão da ex-presidente Jeanine Áñez e cinco ex-ministros. O ex-ministro da Energia, Rodrigo Guzmán, já foi preso em Trinidad. Por meio do Twitter/X, a ex-presidente Áñez disse, na época, que “a perseguição política começou”.
Já o ex-presidente Carlos Mesa, opositor ao governo de Luis Arce, disse que a Bolívia sofre perseguição política “pior que nas ditaduras”. “Age-se contra aqueles que defenderam a democracia e a liberdade em 2019”, afirmou. “Os autores da fraude se anistiam e fingem ser vítimas”.
No processo, a promotoria acusou a cúpula do governo de Áñez de causar mais de 30 mortes na repressão aos protestos após a saída de Evo Morales.
Relembre o caso de Jeanine Añez e a renúncia de Evo Morales
Evo Morales renunciou à Presidência 21 dias depois das eleições de 2019, em meio a uma onda de protestos de rua que o acusavam de fraude eleitoral.
A ordem de prisão também incluiu ex-membros do alto comando militar boliviano, em 2019, entre eles o almirante Palmiro Jarjuri, ex-comandante da Marinha; Jorge Gonzalo Terceros, ex-comandante da Força Aérea; o general Gonzalo Mendieta, ex-comandante do Exército; e o general Jorge Gonzalo Terceros, da Força Aérea boliviana.
Uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou que havia irregularidades nas votações e que os resultados não eram confiáveis. Contudo, a OEA não constatou ocorrência de fraudes.
Uma missão de observadores da União Europeia (UE) propôs um segundo turno. Em 10 de novembro, horas depois dos resultados preliminares da auditoria da OEA, Morales renunciou à Presidência e disse ser vítima de um golpe.
Dois dias depois, Jeanine Áñez assumiu o governo. Ela afirmou que queria convocar novas eleições e que não concorreria mais. Todavia, em janeiro de 2020, tomou uma decisão contrária e decidiu se candidatar, durante o período em que tinha altos índices de aprovação.
As penas para os crimes descritos vão de cinco a 20 anos de prisão.
Fonte: Revista Oeste