Os protestos iniciados por agricultores franceses, em 18 de janeiro, se expandiram para 11 países da União Europeia (UE). Nas últimas semanas, os produtores rurais têm expressado insatisfação com as políticas ambientais no continente.
A manifestação dos agricultores europeus teve início em junho de 2022, quando criadores de gado na Holanda se revoltaram contra a determinação do governo de reduzir o rebanho bovino. Na época, a justificativa era a redução de dióxido de carbono. A explicação não convenceu os produtores rurais, que intensificaram os protestos.
Alguns temas revoltam os agricultores, como os crescentes custos de produção e as rígidas normas ambientais no continente. A retirada de subsídios para o agronegócio local e o possível acordo do Mercosul com a União Europeia também geram desconforto. Na perspectiva dos agricultores, tais medidas são resultado do comprometimento dos governos em atender às demandas da agenda ambiental global.
Eles também denunciam a suposta concorrência desleal da Ucrânia, que estaria comercializando produtos agrícolas, como cereais, açúcar e carne a preços abaixo do mercado. A mesma denúncia se estende ao Brasil, uma potência agrícola.
Em eventual acordo com o Mercosul, os trabalhadores pedem que as mesmas medidas impostas aos agricultores da UE sejam aplicadas aos produtos comercializados pelos produtores sul-americanos.
Na semana passada, os protestos dos agricultores seguiram em Bruxelas. A manifestação ocorreu ao mesmo tempo em que integrantes do bloco discutiam a situação da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Os agricultores montaram um acampamento em frente ao prédio do Parlamento. Ali realizaram as manifestações, que incluíram o arremesso de ovos, o uso de buzinas para fazer barulho e a incitação de incêndios.
Suíça, Grécia e Espanha entram nos protestos
Além de França, Bélgica, Itália, Portugal, Irlanda e Holanda, Suíça e Grécia também registraram manifestações. Os protestos ecoam as reivindicações dos agricultores nos outros países do continente. Em Genebra, na Suíça, uma pequena marcha com 30 tratores exigiu salário mais alto para os trabalhadores rurais do país.
Já em Tessalônica, na Grécia, agricultores de diversas regiões do país exibiram caixões e bandeiras negras durante um protesto, na última quinta-feira (1º). Eles argumentam que os aumentos nos custos de produção estão levando os produtores à beira do desastre.
Na madrugada deste domingo (4), agricultores espanhóis também se juntaram ao movimento. Na manifestação, fizeram uma barricada com máquinas agrícolas em uma rodovia da cidade de Aragão.
Dentre os países que participam da União Europeia, 16 ainda não aderiram às manifestações.
Fonte: Revista Oeste