O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que as Forças Armadas do país devem "destruir imediatamente" quaisquer alvos que possam ameaçar seus esforços de combate ao terrorismo na Síria, em tom de ameaça velada à Turquia.
A declaração de Putin, feita nesta sexta-feira (11) durante reunião com a cúpula militar russa, ocorre em meio a tensões diplomáticas com a Turquia após o país ter derrubado, no fim de novembro, um jato russo que participava de bombardeios na Síria.
Sem nomear diretamente a Turquia, o líder russo alertou contra quaisquer "provocações futuras", dizendo que as Forças Armadas responderão "da forma mais dura possível".
Na reunião, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, disse que o país destruiu 8.000 alvos de "terroristas" em 4.000 missões de combate desde o início dos bombardeios na Síria, em 30 de setembro.
A Rússia intervém na Síria a pedido do ditador Bashar al-Assad sob o pretexto de combater a milícia radical Estado Islâmico (EI). O Ocidente acusa as forças russas de atacar posições de outros grupos envolvidos na guerra civil no país, incluindo alguns apoiados pelos EUA.
Putin afirmou durante o encontro que a operação de apoio ao Exército sírio ajudou a mudar a situação da guerra civil no país. Ele também disse que a Rússia tem oferecido cobertura aérea e armamentos para o Exército Livre da Síria, grupo insurgente que tem ajudado a combater extremista na Síria.
Além disso, Shoigu anunciou a ampliação das capacidades de Defesa da Rússia neste ano, com a chegada de 35 novos mísseis balísticos intercontinentais, 243 aeronaves, 90 sistemas de defesa aérea, 1.172 taques e veículos militares, oito navios de guerra e quatro submarinos, dois dos quais equipados com mísseis balísticos.
TURQUIA
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse nesta sexta-feira que seu país pede que a Rússia tenha calma, mas que sua paciência tem limites.
Em entrevista ao canal NTV, Cavusoglu também defendeu a recente decisão da Turquia de enviar tropas ao Iraque, sem o aval do governo nacional, para participar das operações de libertação da cidade de Mossul, dominada pelo EI. O ministro disse que a intervenção ocorre após o aumento das ameaças à segurança de seu país.