A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou neste domingo (10), em uma reunião de emergência, que dos 17 mil mortos em Gaza, quase metade são crianças. Segundo a entidade, são 7,7 mil crianças mortas, número que equivale a mais de 45% do total de óbitos registrado na guerra entre Israel e Hamas. “Uma situação catastrófica”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Gebreyesus, no encontro convocado pelos países árabes e apoiado pelo Brasil e China para pedir ajuda à agência internacional em salvar vidas na zona de conflito.
Entre os sobreviventes, o líder da OMS classificou a situação como “dramática”, destacando um enorme risco de epidemias pelas condições insalubres em que estão vivendo os palestinos. De acordo com ele, atualmente existe apenas um chuveiro para cada 700 pessoas e um vaso sanitário para a utilização de 150 pessoas. Tedros também destacou o nascimento de 180 crianças no local, em circunstâncias “deploráveis”. “O sistema de saúde está de joelhos”, disse, referindo-se aos pouquíssimos hospitais que estão funcionado em Gaza. “Ninguém está a salvo por lá”.
Israel acusa OMS de omissão
Tedros também condenou os ataques do Hamas em 7 de outubro, que deixou mais de 1200 mortos, afirmando entender a raiva e o medo dos israelenses, e fez duras críticas aos Estados Unidos que vetaram o cessar fogo em Gaza, pedido pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) há dois dias.
“Na situação atual é quase impossível salvar vidas em Gaza”, disse ele, pedindo novamente o cessar fogo automaticamente contestado por Israel, que, além de afirmar que não irá suspender sua operação em Gaza, acusou a entidade de “dispensar um tratamento diferente às vítimas israelenses”. “Foi Israel que acordou em 7 de outubro sob ataque do Hamas”, disse a embaixadora do país, Meirav Shahar. “Foram 11 mil bombas, além de sequestros e estupros. Reconhecemos o sofrimento em Gaza, mas a responsabilidade é totalmente do Hamas, a quem declaramos guerra”, completou. Ela ainda declarou que OMS foi omissa aos ataques do Hamas.
Fonte: VEJA