O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, foi empossado para um segundo mandato nesse sábado (1º), já que seu índice de aprovação para uma repressão feroz ao crime enfrenta novos desafios para rejuvenescer uma economia estagnada e combater a pobreza no país centro-americano.
O ex-gerente de boate de 42 anos, reeleito em uma vitória esmagadora com mais de 80% dos votos em fevereiro, foi empossado por mais cinco anos após uma decisão judicial que abriu o caminho para sua reeleição, embora a constituição do país o proíba.
A cerimônia de posse de sábado na capital, San Salvador, aconteceu em meio a preocupações de segurança depois que a polícia disse que havia frustrado uma ameaça de bomba.
Sete pessoas foram presas por conspirar para detonar explosivos em locais em todo o país, disse a polícia na quinta-feira (30), acrescentando que os suspeitos fazem parte da chamada Brigada da Insurreição de El Salvador.
Entre os participantes que estiveram na cerimônia estavam o presidente libertário da Argentina, Javier Milei, e Donald Trump Jr., filho do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chegou a El Salvador na sexta-feira (31). Seu pai tornou-se o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado por um crime.
Bukele ganhou a reeleição em fevereiro depois de conquistar enorme popularidade em seu primeiro mandato por transformar a segurança no país de 6,3 milhões de pessoas que já foi um dos mais perigosos do mundo.
As autoridades sob sua supervisão suspenderam as liberdades civis para prender mais de 80.000 salvadorenhos sem acusação, o que atraiu críticas de grupos de direitos humanos, mas lhe rendeu seguidores dedicados no país e em toda a região por trazer segurança às ruas.
Com bairros mais seguros, a preocupação pública agora voltou-se para a economia, que provavelmente será o maior desafio de Bukele em seu segundo mandato. Mais de um quarto dos salvadorenhos vive na pobreza e o desemprego está aumentando.
Os planos altamente divulgados do presidente para Bitcoin City, um paraíso cripto livre de impostos alimentado por energia geotérmica de um vulcão, não conseguiram ganhar impulso e o investimento privado caiu. A dívida pública de El Salvador, entretanto, disparou no relógio de Bukele para mais de US$ 30 bilhões, ou 84% do Produto Interno Bruto (PIB).
Economistas disseram que o governo enfrentou um difícil ato de equilíbrio para reduzir a dívida nacional sem cortar os benefícios sociais tão necessários para os mais pobres do país. “Eles podem acabar gerando uma situação crítica para mulheres e famílias em áreas rurais”, disse a economista Julia Evelyn Martínez, de San Salvador.
Fonte: CNN Brasil