A justiça da Rússia condenou, nesta sexta-feira (19), o jornalista americano Evan Gershkovich a 16 anos de prisão por acusações de espionagem. Ele ficará detido em uma colônia penal de alta segurança, após um julgamento apressado e secreto que o governo dos Estados Unidos classificou como uma farsa.
A decisão do tribunal – após três dias de audiências – foi considerada uma conclusão previsível, já que absolvições em julgamentos de espionagem na Rússia são extremamente raras. Gershkovich teve poucas das proteções legais normalmente concedidas aos réus nos EUA e em outros países ocidentais.
Promotores da Rússia pediram, na manhã desta sexta-feira, para que o jornalista americano Evan Gershkovich recebesse uma sentença de 18 anos de prisão por supostos crimes de espionagem enquanto realizava uma reportagem na cidade de Ecaterimburgo, segundo o “Wall Street Journal” (WSJ), veículo que emprega o jornalista.
Gershkovich se declarou inocente dos crimes. Os Estados Unidos consideram o jornalista como “preso injustamente” e pediram pela liberação do profissional pelo Kremlin.
Os promotores do caso não apresentaram provas concretas das acusações contra Gershkovich. Segundo a acusação, o jornalista foi preso por coletar e repassar informações para serviços de inteligência dos EUA, algo negado por Washington e pelo “WSJ”. Para trabalhar no país, Gershkovich foi credenciado pelo governo da Rússia.
Gershkovich está preso desde março do ano passado, quando foi detido pelo Serviço Federal de Segurança do país enquanto estava em uma reportagem em Ecaterimburgo.
Em junho, promotores russos aprovaram uma acusação contra Gershkovich alegando falsamente que ele estava coletando informações sobre um empreiteiro de defesa russo em nome da CIA.
Fonte: Valor Econômico
