Um tribunal em Moscou ordenou à revelia, nessa terça-feira (9), a prisão de Yulia Navalnaya, viúva do político de oposição russo Alexey Navalny, por dois meses. Navalny morreu em fevereiro em uma cadeia na região de Iamalo-Nenets, no Ártico, e cumpria 30 anos de pena por condenações diversas.
O tribunal acusou Navalnaya, que vive fora da Rússia, de participar de um grupo extremista. A decisão significa que ela seria presa se colocasse os pés no país de Vladimir Putin.
Yulia Navalnaya, 47 anos, ganhou relevância internacional após a morte do marido e disse que continuará a lutar pelo que Navalny chamou de “a bela Rússia do futuro”.
Nessa terça-feira (9), Navalnaya pediu aos seus apoiadores que se concentrassem não na ordem de prisão contra ela, mas na luta contra o presidente russo.
“Quando vocês escreverem sobre isso, por favor, não se esqueçam de escrever a coisa principal: Vladimir Putin é um assassino e um criminoso de guerra”, disse. “O lugar dele é na prisão, e não em algum lugar em Haia, em uma cela aconchegante com uma TV, mas na Rússia; na mesma colônia e na mesma cela de dois por três metros em que ele matou Alexey”.
O Kremlin negou ter ordenado a morte de Navalny. Desde então, Navalnaya se encontrou com vários líderes ocidentais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O grupo sem fins lucrativos com sede nos EUA, Human Rights Foundation, nomeou Navalnaya como sua presidente na semana passada, e ela disse que usaria o novo cargo para intensificar a luta travada pelo marido contra Putin.
“Vamos considerar tudo o que possa ser útil para lutar contra Putin, para lutar pela bela Rússia do futuro”, escreveu Yulia Navalnaya no X.
Fonte: Folhapress