A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou, nesta segunda-feira (15), que considera “preocupante” o fato de os vistos da delegação brasileira que irá a Nova York para a Assembleia Geral ainda não terem sido plenamente concedidos.
“Obviamente, é preocupante. Esperamos que os vistos sejam entregues, como enfatizamos no caso da delegação palestina”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Dujarric também reforçou que o governo de Donald Trump tem obrigações a cumprir como país-sede nas Nações Unidas, em Nova York.
“O acordo de sede exige que os EUA, nosso governo anfitrião, facilitem a viagem para os Estados Unido das pessoas que têm negócios diante desta organização”, destacou.
O Brasil manifestou ao comitê de relações com o Estado-sede da ONU preocupação com o atraso na concessão de vistos a autoridades brasileiras escaladas para Assembleia Geral da entidade, prevista para o próximo dia 23. A questão foi colocada na mesa durante uma reunião em Nova York, na última sexta-feira (12).
Até o momento, a uma semana do evento, alguns pedidos de vistos para autoridades brasileiras continuam pendentes. É o caso do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
“Temos indicação do governo americano que os que ainda não foram concedidos estão em vias de processamento. Não tenho como especular sobre qual vai ser o resultado desse processamento”, afirmou o diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, Marcelo Marotta Viegas.
Segundo o diretor, essa é uma decisão soberana dos EUA. “Ainda que nos casos dos vistos para participação na assembleia da ONU exista uma obrigação claramente estabelecida no acordo de sede que obriga conceder esses vistos. Qualquer medida que não se conforme com o que está estabelecido no acordo é uma violação legal”, completou.
O governo brasileiro não soube informar quantas autoridades ainda necessitam do visto para entrar nos EUA. A demora na emissão dos documentos ocorre em um momento em que o governo de Donald Trump estabeleceu medidas contra o Brasil.
Fonte: CNN Brasil