A Rússia afirmou, nessa quarta-feira (20), que seus soldados conseguiram afastar as forças da Ucrânia do território russo, acrescentando que novos dois exércitos com até 30 formações vão ser criados até o final deste ano. O anúncio ocorre em meio à escalada de tensões no território depois de os militares ucranianos terem aumentado o número de ataques com drones e mísseis contra o país.
“Grupos de soldados russos continuam a expulsar o inimigo das suas posições”, disse o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu. “O agrupamento combinado de tropas continuará a desenvolver os sucessos alcançados e a aumentar o impacto do fogo contra os alvos inimigos”, acrescentou.
Nas novas formações dos exércitos, vão ser criadas ao todo 14 divisões e 16 brigadas. Atualmente, Moscou, que controla cerca de um quinto do território ucraniano, avança ainda mais no interior do país. O presidente russo, Vladimir Putin, apoiou a escalada na ofensiva depois de os militares terem tomado a cidade Avdiivka, no leste da Ucrânia, no mês passado. Desde o início da invasão, em 24 de fevereiro de 2022, as tropas russas ocuparam 65 mil quilômetros quadrados do território ucraniano.
Perigo russo
Segundo agências de inteligência de países ocidentais, a guerra pode estar caminhando para um ponto de virada, já que Kiev precisa de mais armas e apoio dos aliados para evitar avanços russos no campo de batalha. Nessa quarta-feira, a Ucrânia recebeu 4,5 bilhões de euros em auxílio militar da União Europeia. Um dia antes, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, reiterou a necessidade de ajuda militar, afirmando que Putin não iria parar na Ucrânia e consiste em uma ameaça ao “mundo livre”.
Atualmente, Kiev debate uma nova lei de mobilização, em meio à escassez de soldados para o combate. Ao mesmo tempo, porém, a Ucrânia intensificou seus ataques com drones nas últimas semanas, bombardeando regiões na fronteira russa e lançando mísseis contra refinarias do país vizinho.
Segundo o ministro da Defesa da Rússia, a segurança foi reforçada pelo governo e o exército conseguiu abater 419 drones e 617 foguetes neste final de semana. Em resposta, Putin afirmou que vai punir a Ucrânia.
“A principal tarefa é garantir a segurança. Existem diferentes métodos aqui, que não são fáceis, mas faremos isso”, disse Putin em uma reunião do Kremlin nessa quarta-feira.
Fonte: VEJA