O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, anunciou em setembro a nomeação de Diella, uma ministra criada por inteligência artificial (IA), marco inédito na política global. Diella — cujo nome significa “sol” em albanês — será responsável por supervisionar todas as licitações públicas do país, com o objetivo de garantir transparência e eliminar a corrupção nos processos de contratação governamental. Segundo Rama, ela terá autonomia para contratar talentos de qualquer parte do mundo.
De acordo com o premiê, a IA foi escolhida para garantir que as licitações estejam “100% livres de corrupção” e que todos os financiamentos públicos submetidos a esse procedimento sejam “perfeitamente transparentes”, informa a AFP.
Apresentada inicialmente em janeiro como uma assistente virtual da plataforma e-Albania, Diella já ajudou a emitir 36,6 mil documentos digitais e a realizar cerca de mil serviços públicos on-line.
A criação da ministra virtual faz parte da estratégia de Rama, que acaba de conquistar seu quarto mandato, de modernizar a administração pública e fortalecer o combate à corrupção — um dos principais requisitos para a entrada da Albânia na União Europeia, meta que o governo espera alcançar até 2030.
Em seu primeiro discurso no Parlamento albanês, Diella disse que seu objetivo não é “substituir os humanos, mas ajudá-los”. Ela falou por videoconferência aos deputados. “Alguns me chamaram de inconstitucional porque não sou um ser humano. Permitam-me lembrar: o verdadeiro perigo para as Constituições nunca foram as máquinas, mas as decisões desumanas daqueles que estão no poder”. Não foram dados detalhes sobre como foi gerado seu discurso.
Fonte: Época Negócios