ARACAJU/SE, 27 de novembro de 2024 , 20:39:43

logoajn1

Senado da França rejeita acordo entre União Europeia e Mercosul

 

Depois da Assembleia Nacional francesa na terça-feira (26), o Senado validou, nesta quarta-feira (27), a posição do governo sobre o projeto de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que Paris rejeita “tal como está” em nome da defesa dos agricultores franceses. Senadores chamaram o acordo de concorrência desleal e disseram que não pode haver negócio entre “comida lixo e carros bonitos”.

A oposição ao tratado do Mercosul na sua versão negociada por Bruxelas foi aprovada quase por unanimidade no Senado, por 338 votos num total de 348 senadores, representando um raro tema de consenso da classe política francesa.

No dia anterior, os deputados também rejeitaram o tratado por ampla maioria, com a notável exceção do partido de esquerda radical A França Insubmissa (LFI), que exigia o abandono total do acordo.

Para o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, o voto das duas Casas “é uma mensagem forte que será ouvida” por outros países europeus. “A dinâmica vai na nossa direção”, disse o ministro.

“A França não quer o fim dos acordos comerciais, nem o fim do comércio agrícola”, mas pede “sérias garantias para os agricultores”, que de outra forma seriam “confrontados com uma concorrência insuportável”, sublinhou a ministra da Agricultura, Annie Genevard.

Concorrência desleal e “comida lixo”

O líder dos senadores do partido de direita Republicanos (LR), Mathieu Darnaud, insistiu que se opõe a “um acordo que premia a concorrência desleal nos nossos mercados” e disse que é “inconcebível que este acordo entre em vigor contra a vontade da França”.

“Devemos continuar a negociar” para obter “reciprocidade das cláusulas essenciais” em questões de saúde e ambientais, disse o líder do pequeno grupo do governo no Senado, François Patriat.

Já o senador socialista Didier Marie pediu “uma moratória sobre todos os acordos comerciais atuais”, e a rejeição do Mercosul porque “não pode haver um negócio entre comida lixo e carros bonitos”, referindo-se aos produtos sul-americanos e aos veículos europeus.

Fonte: UOL

 

Você pode querer ler também