ARACAJU/SE, 15 de agosto de 2025 , 12:11:59

Trump e Putin se reúnem no Alasca nesta sexta; o que você precisa saber

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, se reúnem nesta sexta-feira (15), o primeiro encontro presencial entre os líderes desde que o presidente americano retornou à Casa Branca.

A reunião acontece em Anchorage, no sul do Alasca, às 16h30, no horário de Brasília, e contará apenas com a participação de Trump, Putin e seus intérpretes. Enquanto isso, as delegações russa e americana participarão de um almoço de trabalho. Em seguida, os líderes também devem fazer uma coletiva de imprensa conjunta às 20h30.

Os objetivos de Trump

Ao longo da semana, Trump ressaltou que seu objetivo na cúpula é avançar em direção ao fim da guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022. O presidente americano disse que, se o encontro com o líder russo correr bem, vai sugerir um encontro conjunto com Putin e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Trump também afirmou que a cúpula desta sexta servirá como preparação para uma possível segunda reunião e demonstrou estar confiante de que Putin quer fechar um acordo. Por outro lado, ameaçou a Rússia com “consequências muito severas” se o presidente russo não concordar em acabar com a guerra na Ucrânia.

Segundo a Casa Branca, o encontro foi solicitado pelo Kremlin, após Trump ameaçar impor tarifas e sanções secundárias contra a Rússia. O governo dos Estados Unidos definiu as conversas desta sexta como um “exercício de escuta”.

Os objetivos da Rússia

Já o governo russo insiste que, para além da guerra contra Kiev, Trump e Putin discutirão temas variados, incluindo a cooperação econômica, tecnológica e espacial entre os dois países.

Um assessor do Kremlin afirmou na quinta-feira (14) que a reunião será uma oportunidade para abordar o “enorme potencial econômico não explorado” entre a Rússia e os EUA. O negociador russo Kirill Dmitriev, que participará do encontro entre as delegações nesta sexta, disse à CNN que a reunião é uma “chance de redefinir as relações entre EUA e Rússia”.

O próprio presidente Putin sugeriu que o encontro no Alasca pode ser uma oportunidade para elaborar um novo acordo sobre o controle de armas nucleares. O atual tratado que limita os arsenais dos países, o Novo Tratado START, expira em fevereiro de 2026.

E a Ucrânia?

A expectativa para o encontro entre Putin e Trump também repercutiu na Europa. O presidente ucraniano Zelensky viajou a Berlim durante a semana para participar de uma videoconferência com Trump, ao lado de líderes europeus. Na ligação, Zelensky alertou que “é preciso exercer pressão sobre a Rússia em prol de uma paz justa”.

Representantes da Finlândia, França, Reino Unido, Itália, Polônia e União Europeia, bem como o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também estavam presentes na reunião. Segundo autoridades europeias próximas às negociações, a preocupação da Europa é garantir que Trump busque um acordo justo para a Ucrânia, que preserva sua soberania e integridade territorial.

Por que no Alasca?

A expectativa inicial era de que a reunião acontecesse nos Emirados Árabes Unidos, mas o anúncio oficial do Alasca como sede do encontro levantou questionamentos.

A logística pesou para a decisão: o estado do Alasca é território americano mais próximo da Rússia, separado apenas pelo Estreito de Bering, de modo que o Kremlin considerou “bastante razoável” o deslocamento de toda a delegação russa.

A história também influenciou a escolha: o território do Alasca pertencia ao então Império Russo até 1867, e foi incorporado oficialmente aos EUA em 1959. A cidade de Anchorage abriga a base Elmendorf-Richardson, utilizada estrategicamente pelos EUA como linha de frente à ameaça russa durante a Guerra Fria. Até hoje, a ala demonstra o poderio militar americano.

Por fim, o Alasca também atende às limitações de Putin, que é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional pelos supostos crimes de guerra na Ucrânia. A medida exige que os países signatários do TPI prendam o líder russo, mas esse não é o caso dos Estados Unidos, de modo que Putin não corre o risco de ser detido durante a visita. Para selar os preparativos finais, o Departamento do Tesouro dos EUA suspendeu temporariamente algumas sanções contra a Rússia para permitir que o líder russo e sua delegação desembarquem no Alasca.

Fonte: CNN Brasil

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