Com o agravamento da crise de segurança no Equador, a procura por equipamentos de proteção aumentou. Em uma rede de lojas de produtos de proteção pessoal, a procura por coletes a prova de balas cresceu cerca de 35% na última semana.
Na segunda-feira (15), se completaram sete dias do início do Estado de Emergência decretado pelo governo de Daniel Noboa, após a fuga da prisão de Adolfo Macías, o criminoso mais perigoso do Equador, conhecido como “Fito”.
Desde então, o país viveu diversos episódios de violência, como atentados com explosivos, sequestros de policiais e rebeliões em penitenciárias, com centenas de reféns — que acabaram libertados no último fim de semana.
Assustados e temendo por suas vidas, moradores das principais cidades do país procuram cada vez mais equipamentos de proteção. Na sucursal de Guayaquil, cidade portuária que é um dos epicentros da violência no país, as vendas subiram cerca de 40% na última semana.
“Vendemos para empresas e para empresários que buscam sua proteção. Muitas vezes não sabemos como a insegurança está nas ruas e as pessoas desejam se proteger individualmente”, explica Janeth Chiamin, responsável pela sucursal de Quito da loja Police Tactical Equipment.
A responsável pela loja conta que na época do assassinato a tiros do candidato presidencial Fernando Villavicencio, em agosto do ano passado, em Quito, as vendas de coletes a prova de balas também dispararam.
Chiamin explica que entre os clientes de artigos de proteção estão empresários do ramo da produção de camarão e arroz do país.
Na loja, é possível encontrar coletes masculinos e femininos que podem ser usados sob a roupa, coletes para agentes de segurança, para jornalistas e até um casaco com placas anti-balísticas na parte da frente e das costas.
Dependendo do calibre que suporta, os coletes a prova de balas custam entre US$ 1 mil (R$ 4,8 mil) e US$ 2.500 (R$ 12,1 mil).
Também há procura por armas não letais de proteção pessoal, como um bastão retrátil que pode ser levado no bolso.
Fuga de dezenas de detentos no Equador
Quarenta e três prisioneiros continuam foragidos após escaparem de uma prisão no norte do Equador, informou a agência penitenciária SNAI na segunda-feira (15), enquanto forças de segurança continuavam operações em todo o país.
O presidente Daniel Noboa declarou estado de emergência por 60 dias na semana passada, incluindo toque de recolher noturno, e designou 22 grupos criminosos como terroristas.
A recente explosão de violência — incluindo o ataque por homens armados a programa de TV ao vivo, explosões em várias cidades e o rapto de agentes da polícia — parece ser uma resposta aos planos de Noboa para resolver a grave crise de segurança do Equador.
Policiais e militares estão presentes nas prisões de todo o Equador após cerca de 200 guardas e funcionários administrativos sequestrados serem libertados de pelo menos sete prisões no fim de semana.
Os presos escaparam de uma prisão em Esmeraldas, cidade perto da fronteira com a Colômbia, disse o SNAI em comunicado na segunda-feira. Cerca de 2.000 membros das forças de segurança do Equador realizaram uma operação de busca na penitenciária no domingo (14).
“Como resultado dessa fiscalização, foi descoberta a fuga de 48 reclusos”, acrescentou o comunicado, informando que cinco presos foram recapturados.
As forças de segurança também tomaram conhecimento que um prisioneiro morreu na prisão, disse o SNAI, sem dar detalhes.
Desde que foi declarado o estado de emergência, as forças de segurança detiveram mais de 1.500 pessoas e realizaram 41 operações contra grupos terroristas, segundo o governo.
As operações continuarão em todo o Equador nesta semana, disse o governo em comunicado separado.
“O objetivo declarado é claro: ser implacável com aqueles que aterrorizaram e abusaram dos cidadãos”, afirmou o governo.
Eleito no ano passado com base no compromisso de restaurar a segurança, Noboa prometeu manter os líderes das gangues em novas prisões de segurança máxima, entre outras medidas.
Fonte: CNN Brasil