A violência sexual é um dos efeitos mais devastadores dos conflitos armados. E os dados levantados pela Organização das Nações Unidas (ONU) impressionam ao mostrar que o problema cresceu muito nos últimos dois anos nessas regiões.
Os casos de violência sexual quase dobraram, chegando a um aumento de 87%. Como se sabe, as principais vítimas são meninas e mulheres.
O relatório diz que, em 2024, 670 milhões de mulheres viviam a menos de 50 quilômetros de zonas de conflito. Essa é a maior taxa desde 1990. Hoje, o mundo tem 61 conflitos armados ativos, o maior número desde 1946.
A ONU cita República Democrática do Congo, Sudão, Haiti, Mianmar e Territórios Palestinos como locais de destaque em relação aos riscos para meninas e mulheres. Também diz que a instituição documentou 38 mil casos de violência sexual apenas nos primeiros meses de 2025 na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo.
“No Sudão, a procura por apoio a sobreviventes de violação e violência sexual aumentou 288% entre 2023 e 2024, e mais de 12 milhões de mulheres e meninas estão em risco”, diz um comunicado da ONU.
O risco de morte em Gaza é citado como especialmente alto. De acordo com o relatório, sete em cada dez mulheres mortas em conflitos globais perderam a vida nos bombardeios daquele território.
A ONU também chama a atenção para a exclusão quase total das mulheres nos acordos de paz. O relatório aponta que, no ano passado, nove em cada dez negociações de paz não incluíram mulheres entre os negociadores. A participação feminina média foi de somente 7% entre os negociadores e 14% entre os mediadores.
Fonte: GALILEU





