O papa Leão XIV, que inicia nesta quinta-feira (27) a primeira viagem internacional de seu pontificado à Turquia e ao Líbano, levará uma mensagem de paz e esperança às minorias cristãs e a todo o Oriente Médio.
“Estou muito feliz por visitar o Líbano. Minha mensagem será trazer uma palavra de paz e esperança, especialmente neste ano jubilar”, declarou o Pontífice à imprensa em frente à residência na Villa Barberini, em Castel Gandolfo, onde costuma passar um dia da semana para descansar.
Segundo o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, a missão de Leão XIV, marcada pela busca do diálogo, da reconciliação e da unidade entre povos e religiões, seguirá “os passos de seus predecessores” e representa “um exercício essencial do ministério petrino”.
O cardeal destacou que o Papa viajará “para encontrar as comunidades cristãs dos lugares e países e confirmá-las na fé, porque esta é a tarefa do sucessor de Pedro, e, ao mesmo tempo, encontrar o povo, suas autoridades, os civis, sendo para todos um mensageiro da paz, harmonia e do diálogo”.
Parolin comparou a iniciativa a uma “semeadura”, cujos frutos dependerão do tempo e da ação de Deus, mas ressaltou que, diante do atual cenário global de tensões, a Santa Sé deve insistir no “tema do encontro, não do conflito”.
A viagem terá também forte dimensão ecumênica e inter-religiosa, especialmente com a visita à Mesquita Azul, em Istambul, que “visa ressaltar como cristãos e muçulmanos podem trabalhar juntos por um mundo mais justo, solidário e fraterno”, afirmou o cardeal.
Horas antes, Leão XIV recebeu no Vaticano a Comissão Teológica Internacional e agradeceu o documento produzido por ocasião dos 1700 anos do Concílio de Niceia. Na ocasião, ele anunciou que fará uma peregrinação na atual Iznik, a antiga Niceia, para celebrar este evento histórico e “pedir ao Senhor o dom da unidade e da paz para a sua Igreja”.
Robert Prevost lembrou que segue o caminho traçado pelo Concílio Vaticano II, buscando discernir “as novidades que marcam o caminho da família humana” e os novos desafios doutrinais que emergem na vida da Igreja.
Durante a audiência geral desta quarta, o Santo Padre também pediu aos fiéis que o acompanhem em oração durante a viagem.
“Viajarei para a Turquia e depois para o Líbano para visitar o povo querido desses países ricos em história e espiritualidade. Será também uma oportunidade para comemorar o 1700º aniversário do primeiro Concílio Ecumênico celebrado em Niceia e para encontrar a comunidade católica, nossos irmãos e irmãs cristãos, e os de outras religiões”, concluiu.
Por sua vez, o bispo Massimiliano Palinuro, vigário apostólico de Istambul, destacou o significado simbólico da Turquia como primeira etapa internacional de diversos pontífices.
“É como um gesto programático. O significado está precisamente neste antigo título: a tarefa de um Pontífice é construir pontes. E a Turquia é uma ponte por excelência: uma ponte entre o Oriente e o Ocidente, uma encruzilhada de povos e religiões, um mosaico de culturas e tradições”, declarou ele ao jornal Avvenire.
Palinuro lamentou a “miopia do Ocidente” em compreender o papel estratégico do país, lembrando que a diplomacia turca tem exercido papel importante na mediação de conflitos ? da guerra russo-ucraniana ao conflito entre Israel e o Hamas, além das crises africanas.
Para ele, a atuação do presidente Recep Tayyip Erdogan e o dinamismo diplomático tornam a Turquia um interlocutor fundamental da Santa Sé.
Fonte: Terra
