Instalações para energia eólica ou solar têm menos espaço do que campos de golfe ao redor do mundo. Segundo estudo publicado na revista Environmental Research Communications, áreas do tamanho daquelas usadas para golfe poderiam suportar 842 GW de capacidade solar e 659 GW de capacidade eólica nos dez principais países com mais campos de golfe.
“Áreas substanciais são dedicadas a atividades como o golfe, que são acessíveis apenas a alguns poucos e têm uma pegada ambiental significativa”, escrevem os autores no artigo. Campos de golfe requerem grandes quantidades de água e tratamento químico, e costumam ser ignorados quando o assunto é potencial de energia renovável.
Dos cerca de 38,4 mil campos de golfe existentes no mundo em 2024, 80% estão localizados em dez países. Os EUA ocupam o primeiro lugar do ranking, com mais de 16 mil campos, seguidos pelo Reino Unido, que tem cerca de 3,1 mil, e Japão, com 2,7 mil.
Apesar da expansão da capacidade das turbinas eólicas e da energia solar fotovoltaica (PV) nos últimos anos, o estudo aponta que haveria aproximadamente 16 vezes mais espaço para campos de golfe no Canadá, seis vezes mais no Reino Unido, ou quatro vezes mais nos Estados Unidos do que a área usada para energia fotovoltaica em escala de serviços públicos.
No Reino Unido, os campos de golfe ocupam 0,49% de área terrestre; na Coreia do Sul e no Japão, a proporção é de 0,42% e 0,37%, respectivamente. Dependendo do número de buracos e do percurso, um campo de golfe pode ter entre 30 e 200 hectares (0,3 a 2 quilômetros quadrados), sendo mais comuns os campos com 18 buracos e cerca de 50 a 80 hectares. A China tem os maiores campos de golfe individuais, com uma média de aproximadamente 0,8 km², e o Japão fica em segundo lugar, com 0,5 km² por campo, em média.
No caso de fazendas solares e parques eólicos, são usados, respectiva e aproximadamente, 0,01 km² e 0,12 km² de terra por megawatt (MW) – sendo que uma pequena fração de terra é, de fato, afetada pela turbinas e sua infraestrutura.
“À luz dos debates em andamento sobre o uso da terra para energias renováveis, é fundamental considerar como alocamos a terra em geral, especialmente quando um espaço significativo é dedicado a atividades que beneficiam apenas um segmento limitado da população”, afirmou Jann Weinand, principal autor do estudo, em comunicado.
Fonte: Revista Galileu