Representantes da embaixada do Brasil em Tel Aviv, Israel, estiveram nesta sexta-feira (3) na unidade prisional para onde foi encaminhada a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), além de outros ativistas detidos pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) ao tentarem chegar à Faixa de Gaza pelo mar na última quarta-feira (1º). Entre os detidos, 13 são brasileiros, incluindo a parlamentar cearense.
Conforme antecipou a CNN na quinta-feira (2), todos os ativistas da flotilha humanitária detidos pelos militares israelenses haviam sido transferidos para um centro de detenção em Ketziot, no sul de Israel, próximo à fronteira com o Egito.
Segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores (MRE), na visita à penitenciária, que durou mais de oito horas, funcionários e diplomatas da embaixada prestaram assistência à deputada aos demais brasileiros.
Para os atendimentos, eles foram separados em dois grupos: um de homens e outro de mulheres. Foram trazidos para a área externa do presídio, já que não há espaço nas edificações para atendimento diplomático. A unidade fica no Deserto do Negev, onde a temperatura hoje chegou aos 38°C.
Na ocasião, segundo relatos de representantes do Itamaraty que participaram da visita, todos aparentavam bom estado de saúde.
Fontes do governo brasileiro confirmaram que, entre os detidos, está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). Mais cedo, a assessoria dela afirmou à CNN que a família está sem contato com a parlamentar desde às 18h30 de quarta-feira (1º), portanto há 48 horas.
Segundo fontes que acompanharam a visita, a deputada Luizianne Lins falou pouco durante o encontro, mas garantiram que a parlamentar está bem.
Aos integrantes da representação diplomática brasileira em Tel Aviv que se deslocaram até Ketziot, foi informado que o governo de Israel ofereceu aos detidos a oportunidade de assinarem um documento que tornaria mais célere o processo de deportação. A princípio, apenas cinco dos brasileiros teriam manifestado interesse em assinar o termo. A deputada brasileira optou por não assinar.
Ainda de acordo com fontes do MRE, as autoridades israelenses informaram que todos os ativistas da Global Sumud Flotilla serão submetidos a processo judicial com fins de deportação. À CNN, em tom reservado, diplomatas brasileiros disseram acreditar que tais processos deverão ter conclusão célere, “em questão de dias”, uma vez que é do maior interesse de Israel que essas pessoas deixem logo o país.
Não há previsão de novas visitas de autoridades brasileiras ao centro de detenção. A embaixada do Brasil seguirá acompanhando os desdobramentos do caso a partir de Tel Aviv, prestando assistência quando necessário.
De acordo com os organizadores, na última quarta-feira (1º) forças navais israelenses interceptaram as embarcações da GSF (Flotilha Global Sumud), que tentava romper o bloqueio israelense de 18 anos a Gaza e levar suprimentos e voluntários ao território devastado pela guerra usando navios que partiam de portos do outro lado do Mediterrâneo. A tripulação era composta por mais de 440 ativistas de 47 países.
A deputada federal Luizianne Lins é representante na América Latina e membro do Comitê Executivo da Liga de Parlamentares por al-Quds e pela Palestina, grupo formado por legisladores de vários países que atuam em defesa da causa do povo palestino
De acordo com a Câmara dos Deputados, Lins encontra-se em missão oficial sem ônus para a Casa, no período de 30 de agosto 5 de outubro.
Ainda de acordo com os organizadores da GSF, advogados do Centro Jurídico para os Direitos das Minorias Árabes em Israel organização independente de direitos humanos administrada por árabes palestinos em Israel, estão dando assistência jurídica às centenas de ativistas detidos, incluindo os cidadãos e cidadãs brasileiros.
Fonte: CNN Brasil