O governo argentino negou, nessa quarta-feira (20), ter recebido pedido de asilo político do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o relatório final da Polícia Federal (PF), Bolsonaro teria preparado um pedido de asilo ao presidente da Argentina, Javier Milei.
Questionada pela CNN Brasil, uma fonte da Casa Rosada negou o recebimento do pedido de asilo na Argentina.
No pedido encontrado no celular do ex-presidente, ele alegou sofrer perseguição política no Brasil.
“Eu, Jair Messias Bolsonaro, solicito à Vossa Excelência [Milei] asilo político na República da Argentina, em regime de urgência, por eu me encontrar na situação de perseguido político no Brasil, por temer por minha vida, vindo a sofrer novo atentado político, uma vez que não possuo hoje a proteção necessária que se deve dar a um ex-chefe de Estado, bem como por estar na iminência de ter minha prisão decretada, de forma injusta, ilegal, arbitrária e inconstitucional pelas próprias autoridades públicas que promovem a perseguição contra mim, diretamente da mais alta Corte do Poder Judiciário brasileiro, e por preencher todos os requisitos legais, conforme exaustivamente demonstrado ao longo desse requerimento”, diz a carta de Bolsonaro.
A PF detalhou que o documento foi escrito pela nora de Bolsonaro e foi salvo no dispositivo em 10 de fevereiro de 2024.
Cerca de dois meses antes da última edição deste documento, em 5 de dezembro de 2023, o ex-presidente havia informado ao Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que viajaria para a Argentina entre 7 e 11 de dezembro, e esteve presente na posse do atual presidente argentino.
A carta foi salva apenas dois dias antes de Bolsonaro se abrigar na Embaixada da Hungria, em Brasília, logo após a apreensão do seu passaporte pela PF entre os dias 12 e de fevereiro de 2024.
De acordo com a PF, embora se trate de um único documento em formato editável, sem data e assinatura, “seu teor revela que o réu, desde a deflagração da operação Tempus Veritatis, planejou atos para fugir do país, com o objetivo de impedir a aplicação de lei penal”, diz o relatório.
Fonte: CNN Brasil