ARACAJU/SE, 20 de agosto de 2025 , 7:01:26

IPCA-15 tem deflação em julho e acumula alta de 3,19% em 12 meses

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) apontou deflação de 0,07% em julho, após a leve alta de 0,04% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho de 2022, o IPCA-15 teve avanço de 0,13%.

O resultado ficou abaixo das 27 projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, que estimavam queda de 0,03% em julho. O intervalo das estimativas era de -0,13% a +0,02%.

No resultado acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em alta de 3,19% até julho, ante 3,40% até junho. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do Valor Data, que era de 3,24%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central para 2023 é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.

O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento entre um e 40 salários-mínimos, abrangendo nove regiões metropolitanas, além de Brasília e do município de Goiânia. A diferença em relação ao IPCA está no período de coleta e na abrangência geográfica.

Setores

O grupo Transportes, com aumento de 0,63% e impacto de 0,13 ponto percentual sobre o índice geral, foi a principal influência de alta para o IPCA-15 em julho. Por sua vez, a queda de energia elétrica residencial, de 3,45%, foi principal responsável por deflação no IPCA-15 em julho, disse o IBGE.

Quatro de nove classes de despesa usadas para cálculo do IPCA-15 mostraram queda de junho para julho. Alimentação e Bebidas manteve deflação, embora mais fraca, de -0,51% para -0,40%. Houve, em julho, deflação da alimentação no domicílio (-0,72%). Também destacam-se as quedas de preços em feijão-carioca (-10,20%), óleo de soja (-6,14%), leite longa vida (-2,50%) e das carnes (-2,42%). No lado das altas estão a batata-inglesa (10,25%) e o alho (3,74%). Em contrapartida, houve alta de preços em alimentação fora do domicílio (0,46%), a acelerar em relação ao mês anterior (0,29%).

Outro grupo que teve deflação no mês foi Habitação, cujos preços caíram 0,94%, ante alta de 0,96% em junho. Nessa classe de despesa, o grande destaque foi a queda da energia elétrica residencial (-3,45%) com contribuição negativa de -0,14 ponto percentual, para o IPCA-15 de julho. Além disso, houve recuo nos preços do gás de botijão (-2,10%). Em contrapartida houve alta de taxa de água e esgoto (0,20%) devido a reajustes aplicados em três áreas: de 8,33% em Belém (3,18%), a partir de 28 de maio; de 3,45% em uma das concessionárias em Porto Alegre (0,77%), a partir de 1º de julho; e de 8,20% em Curitiba (0,25%), a partir de 17 de maio.

Os outros dois grupos a mostrar deflação no mês foram Artigos de Residência (de -0,01% para -0,40% de junho para julho) e Comunicação (de 0,11% para -0,17% de junho para julho).

Em contrapartida, outros grupos subiram de preço, em julho. Um dos mais relevantes foi Transportes, cujos preços subiram 0,63% em julho após cair 0,55% em junho. O resultado foi puxado por alta nos preços da gasolina (2,99%). Esse combustível foi o subitem com o maior impacto positivo no total do indicador, com influência de 0,14 ponto percentual no IPCA-15 de julho. Houve outras altas expressivas em combustíveis, que ficaram em média 2,28% mais caros. O gás veicular subiu 0,06%. Mas o óleo diesel e o etanol caíram 3,48% e 0,70% de preço, respectivamente.

Ainda no mesmo grupo Transportes, outro destaque foi a alta de 4,70% nos preços das passagens aéreas em julho, que haviam subido 10,70% em junho.

De junho para julho, o IBGE apurou ainda desaceleração de preços em Vestuário (de 0,79% para 0,04%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,19% para 0,07%), Despesas Pessoais (de 0,52% para 0,38%). Por outro lado, houve aceleração de preços em Educação (de 0,04% para 0,11%), no mesmo período.

Locais

Seis das 11 regiões pesquisadas mostraram queda de preços no IPCA-15 de julho, na comparação mensal: Brasília (-0,14%), São Paulo (-0,16%), Salvador (-0,20%), Fortaleza (-0,22%), Rio de Janeiro (-0,30%) e Goiânia (-0,52%).

Já as cidades que mostraram inflação foram Porto Alegre (0,34%), Recife (0,31%), Curitiba (0,15%), Belo Horizonte (0,10%) e Belém (0,10%).

Já na taxa acumulada em 12 meses, todas as 11 regiões pesquisadas acumulam alta de preços: Porto Alegre (3,17%), Recife (2,36%), Curitiba (2,76%), Belo Horizonte (2,77%), Belém (3,87%), Brasília (3,02%), São Paulo (3,83%), Salvador (3,01%), Fortaleza (2%), Rio de Janeiro (3,04%) e Goiânia (2,41%).

Fonte: Valor

 

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