Da redação, AJN1
O assassinato do delegado Ademir da Silva Melo Júnior, 37, ocorrido na noite desta segunda-feira (18) no bairro Luzia, em Aracaju, chocou a população sergipana e provocou comoção entre familiares e amigos, deixando enlutada toda a Secretaria de Segurança Pública (SSP). “Ele [Ademir] era uma pessoa reservada, tranquila. Não costumava fazer comentários sobre o seu trabalho em casa”, revelou um sobrinho da vítima.
O delegado geral da Polícia Civil, Alessandro Vieira, lembrou da competência e seriedade do colega de trabalho. “Ademir era um profissional sério e competente. Por onde passou e trabalhou nesses nove anos deixou amigos e um exemplo de profissional e ser humano. Ademir vai fazer muita falta. Vamos honrar a memória dele no nosso trabalho diário”, disse o delegado geral da Polícia Civil, Alessandro Vieira.
O promotor de Justiça Nilzir Soares também lamentou a morte do delegado. “Não há palavras para descrever a dor que sentimos. Estamos todos consternados. Tive a oportunidade de trabalhar com Ademir e posso dar um testemunho do exemplo de profissional que era. Técnico, ponderado, de fino trato. Um ser humano formidável. Todos os adjetivos que podemos devotar a este colega”.
Nilzir Soares disse ainda esperar que as respostas a elucidação do fato venham com a menor brevidade. “Confiamos que as instituições de Sergipe: Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério Público, todos irmanadas, possam através da conjugação de esforços levar a elucidação do fato, que é algo que requer a sociedade e todos que trabalham no sistema de justiça e na polícia”, ressaltou o promotor.
Para ele, se ficar confirmada a suspeita que a morte do delegado ocorreu em virtude do seu exercício funcional, isto significa um atentado ao estado constituído e que merece uma pronta resposta por meio das autoridades. O promotor defende ainda uma reforma profunda e com brevidade na legislação brasileira.
Um dos pontos seria a ampliação dos prazos de internação e internação provisória para adolescentes que cometem atos infracionais.
“Muitas vezes o processo se inicia e não se conclui em 45 dias, conforme prevê o ECA. Ai vemos adolescentes de extrema periculosidade voltar a sociedade em um prazo curto. A sociedade não aceita mais isto”, lamentou o promotor, acrescentando que é preciso uma reformulação na legislação penal e processual penal e no aperfeiçoamento das políticas públicas.
Nota
A Associação dos Delegados de Polícia Civil de Sergipe (Adepol) divulgou nota de pesar. “Ademir da Silva Melo Júnior, profissional do mais alto gabarito e referência para todos os colegas. No ensejo, a entidade renova sua confiança na Polícia Civil sergipana, certa de que o empenho e competência de seus profissionais serão decisivos para a rápida elucidação do delito e justa responsabilização dos eventuais envolvidos”.