Da redação, AJN1
Heraldo Reis de Alcântara Filho, de 22 anos, morto ontem (21) em troca de tiros com o vigilante Luiz Carlos dos Santos, 46, que também veio a óbito, durante tentativa de assalto a uma papelaria no bairro Jardins, era fugitivo do Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Compecan), em São Cristóvão.
Ele estava foragido desde o último domingo (17), quando escapou da unidade prisional. A Secretário de Estado da Justiça, Antônio Hora, reconheceu a fuga, a qual denominou de “lapso de segurança”.
“Ele era um dos presos que estavam em atividade laboral e podia sair de sua cela para desenvolver essas atividades. No lapso de segurança, ele conseguiu pular o alambrado e fugiu”, relata o gestor.
Na ficha policial de Heraldo, que estava detido desde junho do ano passado, pesava a acusação de ser o líder de uma quadrilha que ficou conhecida por "Gangue dos Playboys", especializada no roubo de veículos.
Superpopulação carcerária
O Copecam possui hoje a maior população carcerária do Estado: 2500 presos, sendo que a capacidade é de 800. Para o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Sergipe, Luciano Neri, o foragido que matou o vigilante fazia parte de um grupo de presos com liberdade para frequentar uma oficina dentro do Copencam, criada para a realização de atividades laborais.
“O lugar de detento do Copemcam é nos pavilhões. Lá, há oficinas que foram construídas para servir como almoxarifado ou para possibilitar aos detentos trabalharem. Uma dessas oficinas tem 25 detentos e eles têm alguns privilégios. A superpopulação carcerária é vivida todos os anos naquela unidade. Temos um baixo efetivo de agentes, numa média de quinze agentes por plantão e as treze guaritas são desativadas. O governo não resolve o problema há anos”, revela Luciano.