Da redação, AJN1
O cabo da Polícia Militar Marlio Oliveira de Jesus, 46, que vinha sendo investigado sob a suspeita de integrar uma organização criminosa que vinha atuando em Aracaju e na região Centro Sul de Sergipe, foi preso preventivamente por determinação do juízo da comarca de Itaporanga D’Ajuda. A prisão aconteceu no início da tarde de ontem (1º) na sede da 3ª Companhia do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), na zona de expansão da capital, durante uma ação conjunta do Departamento de Narcóticos (Denarc) e Comando de Operações Especiais (COE).
Outro acusado de integrar o grupo que vinha praticando roubos, furtos a veículos, tráfico de drogas, extorsão e comércio ilícito de munições, homicídios, dentre outros delitos, é o ex-policial militar Luciano dos Santos Andrade, o “Poli”, 43. Ele também está com a preventiva decretada, mas se encontra foragido. Existe a suspeita que outros policiais militares da ativa, que ainda estão sendo investigados, tenham envolvimento com a quadrilha.
O grupo criminoso vinha sendo investigado há vários meses pelo Denarc, tendo Luciano sido preso no ano passado por tráfico, mas ganhou a liberdade durante audiência de custódia. De acordo com o diretor do Departamento, delegado Osvaldo Resende, a apuração indicou que o militar teria utilizado viaturas da polícia na prática do tráfico de drogas. Além disso, ele atuava no comércio ilícito de munições.
Uma das ações na qual o cabo Marlio é investigado aconteceu na cidade de Itaporanga, quando um homem foi roubado depois de ter a casa invadida. Consta nos autos que antes do crime, um adolescente, que é sobrinho da vítima, foi ameaçado por Luciano, que se passava por policial, para indicar um local onde se pudesse encontrar armas e drogas. Por conta das ameaças, o adolescente apontou a casa do tio. No entanto, ele ainda teria sido ameaçado de morte pelo cabo da PM e outros dois policiais, que reclamavam por não terem recebido a informação.
Em seu relato, o adolescente revelou que Marlio, Luciano, e outro homem sempre andavam fardados e em veículo com giroflex. Durante as investigações, o material roubado foi encontrado armazenado na casa do ex-policial militar. O cabo da PM e Luciano tiveram as prisões decretadas no mês passado.
A defesa do militar ainda tentou conseguir um habeas corpus para impedir a prisão. Ao negar a liminar, em sua decisão, a desembargadora Ana Lúcia Freire de A. dos Anjos, destaca que “independentemente de maior aprofundamento nas questões fáticas – cuja via adequada para discussão não é a do habeas corpus – percebe-se a existência de indícios suficientes da participação do paciente em delitos de intensa gravidade concreta. Isso porque, conforme relatado pelo delegado de polícia atuante no caso, as investigações do caso teriam sido marcadas por várias dificuldades decorrentes do medo e temor das testemunhas, provocados pela soltura do paciente e seu comparsa”.
De acordo com o Relações Públicas da PM, coronel Paulo Paiva, além de responder pelas acusações de crime na justiça comum, o militar será submetido ao Conselho de Disciplina e ao final da apuração poderá ser expulso da corporação a bem da disciplina. O cabo Marlio está há 27 anos na PM.
Já Luciano foi expulso da polícia em 2002 por conta de problemas disciplinares, dentre elas disparos de arma de fogo em via pública.