Da redação, AJN1
A comoção e a revolta tomaram conta da comunidade do bairro Soledade e de familiares da criança Ruan Henrique Oliveira Santos, 8 anos, que foi morto depois de ser raptado por dois homens armados com facões. O fato aconteceu no início da tarde desta quarta-feira (10), quando a vítima brincava próximo ao mangue do bairro, que fica na zona norte da capital. Ele estava acompanhado de um colega de 10 anos, que conseguiu escapar dos criminosos. Familiares não sabem a quem ou a que atribuir o crime.
“A gente não sabe porquê aconteceu isso. Dois caras vir e sequestrar o meu neto. Fazer uma barbaridade dessas! Matar o menino. Espancar a criança sem mais nem menos. Quero que a polícia resolva. Quero justiça. Isso não pode ficar impune”, disse o avô da vítima Roberto Santos, lembrando que há três anos na localidade uma criança também foi raptada e brutalmente assassinada.
Os primeiros levantamentos realizados pela polícia indicam que, Ruan brincava com um amigo próximo ao mangue, quando surgiram dois homens armados com facões, que renderam e arrastam as duas crianças para o matagal. O menino de dez anos conseguiu se desvencilhar dos criminosos e correu em busca de ajuda, enquanto Ruan foi levado pela dupla. O ocorrido mobilizou rapidamente a comunidade que passou a auxiliar os policiais militares nas buscas pelo matagal. A medida que as horas se passavam aumentava a apreensão e o desespero dos familiares.
No final da noite, populares encontraram a criança agonizando no manguezal do Bugio. Familiares revelaram que o menino apresentava marcas de violência na cabeça e pelo corpo. “Meu neto foi muito espancado. Ele sofreu muito. A cabeça dele está inchada, roxa. As costas cortada. Os marginais são perversos. A polícia tem que saber o que está acontecendo. Meu neto estava agonizando, pediu ajuda”, lamentou o avô. Ruan ainda chegou a ser levado para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), mas não resistiu e veio a óbito.
Roberto Santos lembrou que no momento em que o neto foi localizado, populares chegaram a observar os desconhecidos fugindo em uma canoa. O corpo da criança está sendo velado na igreja Ministério Pentecostal Nova Honra no bairro Soledade e o sepultamento está previsto para ocorrer às 15h30 no cemitério São João Batista.
O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia espera contar com o apoio da comunidade para encontrar pistas que levem a identificação e prisão dos criminosos. A motivação do crime representa um mistério, pois os familiares são religiosos e o menino tinha uma participação ativa na comunidade evangélica da qual fazia parte.
Tragédia se repete
Em maio de 2015, a menina Dafne Bianca Ferreira Gomes, 5 anos, foi arrastada por um desconhecido para um matagal no bairro Soledade por um desconhecido. Ela foi abordada quando se deslocava para casa de um tio para participar de um aniversário. A menina foi encontrada despida e com sinais de violência física e sexual próximo a casa da família. Revoltados com o ocorrido, populares lincharam um homem de 21 anos, suspeito de ser o autor do crime.
Na manhã de hoje (11), o pai de Dafne, Reginaldo Gomes de Almeida esteve no velório para levar o seu apoio a família de Ruan. “Em 2015, mataram e estupraram minha filha. Aqui na Soledade nunca aconteceu isso. Agora está sendo assim. Isso vai ter que acabar. Aqui é um pai ajudando outro”, disse.