ARACAJU/SE, 14 de maio de 2025 , 17:21:51

DHPP investiga mortes de irmãos encontrados em lagoa

Da redação, AJN1

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), através da equipe do delegado Mário Carvalho Leony, investiga as mortes dos irmãos Mikael Alan Santos da Cunha, seis anos, e Sara Yasmim Santos Gomes, 10. Eles desapareceram na quarta-feira (6) e os corpos foram encontrados na sexta-feira (9), na denominada Lagoa do Areal, que fica próxima ao final de linha do bairro Santa Maria, em Aracaju.

“Não disponho dos laudos ainda. Mas tive uma conversa informal com os peritos e já está constatado que foi um duplo homicídio, que houve politraumatismo, com traumatismo craniano. As vítimas já foram jogadas mortas na lagoa. Tratasse de um duplo homicídio brutal que precisa ser esclarecido”, destacou o delegado, que preferiu não passar detalhes sobre o que já foi apurado até o momento para não atrapalhar o andamento do caso, limitando-se a revelar que já existe uma linha de investigação

Mário Leony explicou que, por não estar de posse dos laudos, não se pode precisar tecnicamente com base na perícia, quando aconteceram as mortes. “Segundo a mãe, as crianças desapareceram na quarta-feira. Eles só acionaram o Conselho Tutelar no dia seguinte, quando foram orientados a registrar boletim de ocorrência no DAGV”.

No que se refere a morte de outro irmão das crianças que anos atrás teria morrido em circunstâncias parecidas, o delegado revelou que vai buscar verificar a investigação da época para verificar se o caso foi um afogamento ou homicídio. A partir de hoje (11) Juciara Soares dos Santos, que é mãe, e o atual companheiro dela; Flávio dos Santos Gomes e Manoel Messias Santos da Cunha, pais de Sara e Mikael, respectivamente, começam a ser ouvidos no DHPP.

Até a manhã de hoje (11), os corpos de Sara Yasmim e Mikael ainda não haviam sido liberados do Instituto Médico Legal (IML) para o sepultamento por conta de problemas com a documentação. Um fato que chama a atenção é que, de acordo com o pai de Sara, em 2010, ele teve outro filho com Juciara morto em circunstâncias parecidas. A criança desapareceu e foi encontrada morta no rio Pitanga.

Levantamentos

Sara e Mikael desapareceram na quarta-feira (6) depois de saírem de casa, para a pedido da mãe, ir a uma mercearia. Na versão de Juciara, como os filhos demoraram a volta, ela e o atual companheiro saíram a procura deles. Ela revelou ainda que eles sequer teriam chegado ao estabelecimento comercial. “Fomos ao abrigo, no Juizado de Menores, na casa de familiares, mas não achamos”. A mulher disse ainda que já havia solicitado ao Conselho Tutelar para passar a guarda de Sara para o pai, por não ter condições de criá-la, alegando que a menina costumava fugir de casa.

Em entrevista ao Jornal da Fan, um morador da localidade, que não quis se identificar, revelou que no dia 17 de outubro, acionou o Conselho Tutelar depois de encontrar a menina perambulando pelas ruas e jogando pedras em veículos no bairro 17 de Março. Ele disse ainda que o Conselho já teria conhecimento que a mãe da menina tinha problemas, mas não especificou quais.

O morador contou que acompanhou o desenrolar do caso e observou que a criança demonstrava medo da mãe e teria ficado apavorada ao retornar para companhia dela. Ele lembrou que chegou a conversar com a mãe de Juciara e ficou sabendo através dela que, em uma determinada ocasião, para punir a criança a mulher teria colocado um ovo quente na mão da criança, provocando graves ferimentos nela.

Sobre possíveis situações de negligência da mãe em relação as crianças, o delegado Mário Leony informou que até o momento existem especulações . “Precisamos nos acautelar. A investigação começou a partir do momento em que os corpos foram encontrados. Formalmente o inquérito está sendo instaurado hoje. Agora vamos começar a ouvir das pessoas, as partes. É preciso cautela”.

*Matéria alterada às 9h10 para acréscimo de informações

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